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Conteúdo 27 de setembro de 2010

Geração Y e a vida dos novos tempos

A chamada geração Y propõe, com o seu comportamento insubordinado, uma mudança no paradigma administrativo. As gerações anteriores estabeleceram o nosso direito a sobrevivência. Na sequência natural da evolução, esta geração quer mais do que simplesmente ver garantida a sua subsistência. É um grupo que busca sentido em tudo que faz, seja no trabalho, no lazer, nos relacionamentos, e em qualquer situação vivida. Quando se busca um sentido, a referência passa a ser interna, naquilo que é vivido diretamente. Em resumo, a pessoa precisa sentir-se bem para que a atividade seja válida. Não se faz coisas para que o outro aprove, promova, se ganhar mais dinheiro, ou qualquer outro valor externo. A geração Y fará o que for preciso para se sentir bem, para sentir-se plena, engajada e feliz.

Assim a manutenção física e material deu lugar à outra preocupação, a satisfação da alma. Mas poucos sabem disto e buscam aquilo que seu interior anseia pulando de uma atividade para outra, de um relacionamento para outro, de um emprego para outro, na medida em que a situação já não se mostra mais de acordo com seus apelos internos. Esta geração Y é uma conquista da própria sociedade, é a realização do sonho de muitas famílias que criaram seus filhos para serem felizes, e não simplesmente para cumprirem com seus deveres na ordem social. O cumprimento dos deveres está implícito, pois tem o exemplo da geração anterior como modelo, mas a proposta de ir além disto está também fortemente enraizada nesta turma irrequieta.

Por isso o perfil do gerenciamento desta geração Y não é aquela do líder carismático, onde o chefe empresta o seu entusiasmo e energia para motivar seus subordinados. A geração Y é motivada internamente, a partir do que sente e acredita. As lideranças empresariais na medida em que aceitam e compreendem esta natureza poderão aproveitar todo este potencial em beneficio de todos os envolvidos.

Este quadro aponta também para uma individualização do trabalho, onde o papel do líder torna-se limitado, pois cada pessoa precisa possuir dentro de si a noção dos objetivos corporativos, para sentir-se engajada no processo. Este processo de individualização proposto pela geração Y aponta para uma necessidade muito particular de capacitação pessoal. Isto significa investir em autoconhecimento, para proporcionar ao funcionário uma maior sintonia entre o trabalho realizado e seu perfil interno.

Tendo em vista que o funcionário da geração Y não permanecerá na empresa por fatores externos ou de sobrevivência, a sua atividade precisa estar finamente ajustada com o seu perfil interno, ou seja, precisa estar em sintonia com quem ele é como pessoa. Isso exige do setor de recursos humanos outra ótica em direção à colocação do empregado com esta característica da geração Y. Não basta uma qualificação técnica, o engajamento pessoal precisa ser priorizado, prevendo inclusive deslocamentos horizontais para que o entusiasmo e a visão do todo sejam privilegiados. Se esta ordem não for obedecida, a tendência ao desligamento espontâneo do funcionário continuará assombrando o quadro organizacional das empresas neste terceiro milênio.


Marília Vargas – psicóloga, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com Psicoterapia há mais de 20 anos. Ministra cursos e palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento humano na busca por uma vida mais rica e feliz.
ieme8@iemecomunicacao.com.br

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