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Conteúdo 29 de janeiro de 2012

Informação: a base do planejamento logístico

Quer na indústria/comércio, quer no Operador Logístico, a base do planejamento está em conhecer suas constantes e variáveis e atuar sobre estas de forma a poder direcionar seu planejamento para os objetivos definidos.

Em todos os casos, o planejamento logístico se inicia pelo conhecimento profundo do produto, regras de movimentação e modal de transporte como definidor dos limitantes para cada carga formatada.

Não trataremos neste artigo de cargas Líquidas em grãos ou granel solto, por se tratar de um processo distinto do tratamento das cargas com geometria fixa ou cúbica.

Conhecer o produto:

Um cadastro dimensional para cada SKU, com peso e cubagem é o mínimo que se espera, porém informações adicionais podem ser inseridas ao cadastro de materiais, facilitando outras operações logísticas, como armazenagem, separação e transporte. Um cadastro consistente para fins logísticos deve conter ao menos os seguintes dados:

Código do produto

Comprimento

Largura

Altura

Peso

Tipo de embalagem (Caixa, Tambor, Bombona, Cilindro, Rack, Palete, etc…)

Material da embalagem (Papelão, Plástico, Ferro, Aço, etc…)

Quantidade de unidades na caixa

Local para armazenagem (Temperatura ambiente, Resfriado, Congelado)

Data de fabricação ou Prazo de validade

Quantidade de empilhamentos (Empilhar no máximo 5 caixas ou 30Kg)

 

Regras de movimentação:

As regras de movimentação dos SKUs podem ser separadas em pelo menos 2 tipos básicos:

 

1) Mutáveis: Estas regras definem o tratamento de pedidos que contenha vários SKUs diferentes entre si, dentro do mesmo embarque. Por exemplo: O pedido 1 deve ser embarcado primeiro, pois será entregue por último (FILO – First In Last Out); ou ainda: O pedido do Cliente “X” deve ser paletizado ou estivado. Estas regras estão muito mais vinculadas às regras do “jogo” logístico e comercial do que ao item ou produto em si contido no pedido, portanto são consideradas apenas no momento do embarque.

2) Fixas por SKU ou por famílias de produtos ou famílias de embalagens: Estas regras definem o tratamento a ser dado especificamente a cada SKU e como tratá-lo em relação a outros (um para um ou um para vários). Entre as principais regras fixas por SKU podemos citar:

a. Permissão para o item virar na lateral, ou tombamento lateral. (Só a altura da carga pode estar na vertical).

b. Quantidade máxima de empilhamentos sobre a base. (Aqui cabe a observação de que a área de engenharia da empresa deve orientar sobre a capacidade física da embalagem em receber empilhamentos, se caixas de papelão, madeira, ou outros materiais).

c. Regras de empilhamento (Só empilhar sobre itens iguais, Só empilhar sobre itens com base igual, Só empilhar sobre itens de mesma embalagem, ou, Não empilhar nunca e não permitir empilhamento sobre o item… são algumas das possibilidades).

d. Unitizar, permitir que o item seja colocado em palete, permitir que seja colocado em palete misto com outros itens, quantidade máxima de itens por peso ou por altura (para transporte ou armazenagem).

 

Modal de transporte:

Dentro do que se pode considerar como MODAL de transporte, podemos incluir desde caixas de transporte, racks metálicos e paletes de madeira, até veículos como caminhão, vagão ou contêiner. Como não existe uma padronização nos modais de transporte, planejar o carregamento de produtos em um caminhão tipo truck, sem ter acesso às medidas internas úteis do veículo em si, vai gerar erros que podem ser desastrosos. Abaixo, detalho itens mínimos a serem considerados quando da criação de um cadastro de modal para veículos de transporte de carga:

a. Tipo do Veículo: Caminhão, Contêiner ou Vagão de Trem

b. Dimensões úteis internas

c. Peso limite para transporte de carga

d. Quantidade e tipos de eixos

e. Localização física dos eixos

f. Peso limite de carga por eixo

g. Áreas de restrição, por exemplo: Cargas Congeladas, Perigosas, Pesadas, Volumosas ou com restrição de movimentação pela lateral (Sider) ou porta traseira (Baú).

 

A geração de um banco de dados que contemple as informações acima deve levar em consideração ainda o tipo de empresa que as manipula, pois em uma indústria entendemos que os itens sofrem menos atualizações, enquanto em um Operador Logístico de cargas fracionadas a caixa de hoje é diferente da caixa de amanhã. Principalmente para estes casos, a criação de uma base de dados dinâmica é a solução mais recomendada, com o cadastramento das informações dimensionais (Peso e Cubagem) no momento da sua coleta ou entrada no armazém, permitindo-se assim o planejamento de vários processos logísticos, tais como:

a. Calculo do frete por peso real ou peso cubado

b. Planos de carga em veículo

c. Quantidade de paletes necessários para a operação de unitização

d. Calculo da área e volume de armazenagem

e. Planos de roteirização por pedido

 

Em processos logísticos mais “nervosos” onde a entrada ou separação de cargas seja efetuada por esteiras, é possível o uso de Equipamentos para Cubagem Dinâmica de cargas, estes aparelhos permitem adquirir em uma única passagem tanto o peso como o volume de itens cubóides (com geometria cúbica definida como caixas ou cilindros). Em geral estes equipamentos são configurados para cada empresa de acordo com o volume de cargas a ser “lida”.

Já em processos com a movimentação de entrada manual podem-se utilizar outras tecnologias para aquisição das informações, como Equipamentos para Cubagem Estática, ou balanças cubadoras, onde as cargas precisam ser manuseadas uma a uma.

A combinação de uma balança e um medidor a laser ou ultrassom é a base para a aquisição e formatação do banco de dados de SKUs que premia o planejamento logístico com informações tão valiosas. Com um mínimo de interferência humana, assegura-se a qualidade da informação cadastrada, assim como sua disponibilidade para integração com sistemas de Gerenciamento de Transportes (TMS), Sistemas de Gerenciamento de Armazéns (WMS) bem como ERP.

Não é mais possível confiar apenas na trena e na prancheta, deixar de lado a adivinhação e planejar com base em dados reais é uma obrigação para as empresas comprometidas com a qualidade.

 

Luís Maurício Gardolinski – Diretor da Startrade Comércio e Logística e Professor de Logística da TEC PUC – Curitiba – PR – startrade@startrade.com.br

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