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Conteúdo 3 de janeiro de 2011

Inovação fora da recessão em 2011

O ano de 2010 foi misto para a indústria de TI. Enquanto a força da recessão foi sentida em todos os mercados em diferentes graus, o setor de tecnologia desempenhou um papel preponderante na recuperação gradual da economia global e os fornecedores de tecnologia – grandes e pequenos – estão começando a experimentar um crescimento em receita e margens. O fascínio por "cloud computing" tem criado um ambiente de “oeste selvagem” com os fornecedores fazendo grandes investimentos em infraestrutura de TI que podem ser oferecidos a empresas como on demand – serviços de preços variáveis. Gastos com SaaS também floresceram, quebrando a marca de US $ 10 bilhões pela primeira vez.

A importância de alinhar a TI com as necessidades do negócio é sempre revisado ao início de cada ano fiscal. Embora essa exigência nunca vá embora, ela será parcialmente compensada em 2011 pela necessidade de alinhar a TI com a nova gama de serviços oferecidos pelos fornecedores de tecnologia. Trabalhando com TI há muito tempo aprendi que é difícil e caro construir sistemas a partir do zero e operá-los apenas com recursos internos. Como as empresas tentam responder aos desafios competitivos com agilidade crescente alinhada à expansão para novos mercados e geografias, o modelo de gestão de TI terá de mudar, tornando-se agente dos serviços adquiridos a partir de uma variedade de fontes.

O irônico é que depois de anos adotando os princípios de padronização de tecnologias e a consolidação de fornecedores, em 2011, a maioria dos departamentos de TI vai perceber que eles precisam lidar com uma ampla variedade de prestadores de serviços. Até certo ponto, eles vão enfrentar a perda de controle de seus projetos de tecnologia para alavancar o catálogo de softwares e serviços de apoio que estão surgindo no mercado.

Na minha opinião, existem quatro forças centrífugas que estão remodelando a abordagem convencional de “comando e controle” de TI para projetar e construir sistemas de negócios operacionais:

1.Mobilidade

O consumo de TI está crescendo. O uso de iPhones, iPads e outros dispositivos pessoais está se expandindo rapidamente na maioria das empresas, em grande parte fora do seu controle e/ou conhecimento. É interessante notar que iPads não vão necessariamente substituir Blackberries, iPhones e laptops no ambiente de negócios – em muitos casos, eles são apenas mais um canal para se manter conectado e ser produtivo. Os funcionários estão construindo seus próprios e personalizados "ambientes de produtividade", fazendo uma mistura de aplicativos, acessando e-mail, Sharepoint e outros serviços internos; enquanto ainda estão logados em aplicativos administrativos. Em um ano bom, a maioria dos departamentos de TI pode entregar cem ou duzentas grandes melhorias para os aplicativos existentes ou sistemas completamente novos no negócios. Mas para colocar isso no contexto, os desenvolvedores do iPhone e Android estão rotineiramente entregando mais de 10 mil aplicativos para o mercado por mês. Mesmo que a maioria destes aplicativos tenha funcionalidade limitada, acredito que a TI está lutando uma batalha perdida tentando restringir o uso dessas novas ferramentas móveis.

2. Tecnologia de colaboração

As ferramentas Salesforce Chatter, Jive e SharePoint estão se tornando cada vez mais populares com as empresas olhando para a tecnologia como auxiliar no envolvimento de um maior número de participantes e público em tempo quase real. Com esse custo-benefício, plataformas abertas crescerão no próximo ano, embora é bom advertirmos que o que parece ótimo no papel ainda exige uma gestão significativa a fim de garantir sua eficácia. Ainda que a capacidade de obter benefícios para o negócio a partir dessas ferramentas não é uma questão de tecnologia, mas sim uma questão de governança, em termos de como os grupos de interesse são criados, direcionados e nutridos.

3. Nuvem e virtualização

O tema principal de TI em 2010 agora está mudando de reflexão teórica para a implantação prática. O interesse em cloud computing, em 2011, não será mais "o quê" e sim "como". Como as empresas farão para introduzir uma mistura de SaaS, tecnologias de virtualização e os fornecedores de cloud pública em suas infraestruturas. Sabemos que ainda há riscos para os adotantes iniciais da nuvem que não colocaram em prática estratégias disciplinadas buscando agilidade e redução de custos. No entanto, 2011 será o ano em que as empresas estarão mais espertas, com níveis mais elevados de financiamento e utilização, a fim de justificar a contratação de capacidade adicional. Sabemos também da dificuldade da aceitação imediata da nuvem. Departamentos de negócios vão resistir à perda de posse de bens, as equipes enfrentarão menor visibilidade e controle no armazenamento. Além disso, os prazos de entrega de serviços irão encolher rapidamente e é provável que se sinta a pressão das empresas cada vez mais exigentes para entregar os SLAs.

4. Segurança da Informação

Como as empresas se tornam cada vez mais dependentes dos dados, uma ameaça potencial e consequente das violações de segurança será maior que nunca. As ameaças estão se tornando cada vez mais difundidas, sofisticadas e globais, intensificando um processo contínuo de "jogo de xadrez" entre os grupos de segurança de TI e "os maus". Enquanto isso, não é novidade o aumento do uso de aplicativos de terceiros não autorizados no ambiente e, para Settle, isso significa "nada sobre este problema é melhor ou mais fácil". A gestão de TI tem aumentado ano após ano apesar da recessão. Os executivos de TI estão lutando para estabelecer estratégias eficazes de gestão de risco que possam parar ou inverter esta tendência e ainda reduzir a exposição ao risco. Especialização em segurança é difícil de suportar, recrutar e reter na maioria das organizações que conduz inevitavelmente a uma maior dependência de serviços de terceiros para "tapar os buracos" na infraestrutura de segurança da empresa.

Com essas quatro áreas se tornando as principais prioridades dos CIO's para 2011, espera-se que eles continuem seus gastos à procura de tecnologias inovadoras para adicionar às suas carteiras. Grandes empresas dispostas a pagar preços mais altos para aquisições estratégicas ainda tem grandes quantias em dinheiro para investir em mercados de elevado potencial, como computação em nuvem. Acredito que os gastos com tecnologia voltarão aos níveis pré-recessão – com investimentos capazes de desbloquear as comportas da recessão, trazendo ao novo ano inovação.

Mark Settle – CIO da BMC Software
julia.berwerth@rmacomunicacao.com.br

 

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