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Conteúdo 10 de fevereiro de 2009

Investir na infraestrutura

A crise, além de grave, desorienta governantes e desafia economistas. Os números parecem desconhecidos e foram criados papéis sem respaldo na realidade. A essa altura, nem adianta a indignação de que tal pudesse ocorrer em plena era tecnológica que vivemos. Mas, como única experiência anterior em crise mundial – com desemprego e quebra de empresas – é a de 29, nos EUA, sobre ela devemos nos deter.

Já se sabe que a interferência total do Estado não foi a melhor das soluções. A solução que melhor parece ter atendido a uma economia do porte da nossa, nos anos 30, entretanto, foi aquela que criou uma espécie de Bndespar. Seu objetivo: investir em empresas estratégicas com participação minoritária e temporária, e investimentos em obras de infraestrutura, inclusive as social, como habitação e saneamento. Nada mais adequado ao Brasil de hoje – gestão privada com financiamento público a ser devolvido ao Erário.

Recuperar o tempo perdido nas estradas, portos, usinas, saneamento e habitação seria tirar partido da crise e atender a demanda social pelo emprego e a melhoria da qualidade de vida da população. No saneamento, estaríamos investindo ao mesmo tempo na saúde e na habitação. É dinheiro injetado em ativos e não no assistencialismo improdutivo ou gestão temerária.

Nossas empresas precisam de dinheiro barato, pois, com recessão, não aguentam os atuais custos financeiros e o País carece de investimentos em infraestrutura, que podem ser tocados pela livre empresa e geram milhares de empregos em curto prazo.

O presidente Lula já se comprometeu em manter o PAC. Agora precisa liberar – no setor de energia e de transportes – os projetos em estoque e publicar, mensalmente, o andamento das obras e as liberações feitas no período. Vontade política, com transparência, é isso.

E se for para tocar projetos ligados aos nossos vizinhos, vale lembrar a estrada Boavista-Georgetown, que nos abre um acesso ao Caribe, assim como a de Macapá-Caiena. Tocando obras, mantendo o nível do emprego, a economia girando, o País se prepara para o pós-crise investindo. Destinar recursos tem de ser com critério e objetividade . E em parcerias com o setor privado, é claro. O Brasil vibra com obras. E o estoque é grande. Ficar no jogo contábil do rolar dívidas, financiar compra de ações, não resolverá nada.

Vontade política exige coragem, determinação e gente capaz para tocar obras e projetos. Com pessoas complicadas, que gostam de discutir a cada passo, o governo não chegará a lugar algum.

Aristóteles Drummond é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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