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Conteúdo 24 de março de 2009

Jürg Rohrer, presidente da DHL

Para o presidente da DHL Global Forwarding no Brasil, o atual cenário econômico está como um carro que entra na neblina e nos obriga a andar devagar para avaliar o que vem pela frente. Ainda assim, as expectativas da empresa para 2009 são bastante positivas.

A receptividade e o otimismo inundam a sala de Jürg Rohrer, presidente da DHL Global Forwarding no Brasil. Líder mundial em agenciamento de fretes aéreos e marítimos, a empresa prevê uma queda de 15 a 20% nas operações em 2009, em relação ao excelente crescimento na faixa de 30% em 2008. Apesar dos rumores de crise, Jürg acredita que o país sofrerá menos, comparado a outras nações, mas ele traz à tona uma importante questão: “o Brasil tem que ser mais competitivo lá fora”.

Nas próximas páginas você poderá acompanhar a opinião, as perspectivas e as estratégias que estão sendo utilizadas pela DGF, em uma entrevista concedida exclusivamente para a Cargo News.

Qual é a perspectiva da DGF no Brasil para este ano?
O ano de 2008 foi muito bom, um recorde tanto para as empresas quanto para nós. Em um recente balanço divulgado, os números indicaram que foi o melhor ano da DGF no Brasil. Mas em novembro começou a mostrar um caminho diferente, uma nova perspectiva e as empresas começaram a tomar algumas medidas. Isso promoveu a alteração do câmbio, afetando principalmente o importador, pois o dólar teve uma variação de 40% em poucas semanas. Ainda é cedo para avaliarmos, temos conversado muito com os nossos clientes, realizamos pesquisas de mercado e utilizamos artifícios como Inteligência de Marketing. Mas é complicado dar o diagnóstico, é como entrar com o carro na neblina. Assim que enxergamos os primeiros 200 metros andamos e vamos aos poucos entrando e visualizando o que vem pela frente. Você tem que dirigir com cuidado mas, sem colocar os pés no freio.

Existe um fator principal que tenha contribuído para o desenrolar deste momento atual?
Com certeza a globalização ajuda na aceleração das informações. Ainda não existe uma crise de fato, apenas rumores, mas com o mundo globalizado as notícias correm e todos são afetados de uma forma muito rápida. Uma notícia ruim sobre a economia de determinado país se torna conhecimento de todos no mesmo dia do ocorrido. Isso gera certo impacto, por isso estamos em uma fase de organização para estabelecer uma nova realidade. Estamos nos preparando! Nos últimos dois anos, por exemplo, tivemos que nos adequar a variação do real, o que atrapalha bastante nosso negócio, mas conseguimos e fechamos com crescimento. Agora é a mesma coisa, estamos prontos e vamos saber tratar com sabedoria o que está por vir.

Qual é a previsão da DGF para 2009 avaliando a partir deste cenário econômico?
Acredito que sejamos afetados de 15 a 20% quando falamos de negócios que serão realizados em 2009. Os meses mais complicados são estes do início no ano, os volumes estão baixando de 30 a 40%, pois as empresas preferem esperar e ver o que irá acontecer e isto, claro, nos afeta. Mas acredito que nos próximos meses já tenhamos um aumento, pois uma hora este período de espera deve acabar. Isso é um diagnóstico, uma perspectiva que realizamos por meio de um cenário traçado por nós e com dados de macroambiente.

Como isso irá refletir na DGF?
Como já citei anteriormente, o ano de 2008 foi espetacular para a empresa, o melhor ano no Brasil, tivemos um crescimento de 30% e como qualquer outro negócio, uma hora este crescimento estabiliza. Se formos analisar a previsão de crescimento de 15 a 20% nos negócios, tem um volume maior que a fechada em 2007, por exemplo. Um outro ponto a ser levantado é que tem crescido muito os fretes para os países da Ásia e, por causa da distância, são fretes mais longos e caros. Acredito que vamos balancear nosso orçamento com serviços deste tipo.

Além desta estratégia, o que será feito pela DGF para driblar este cenário de rumores de crise?

Bem, a criatividade é o nosso ponto forte e já a estamos usando ela no dia-a-dia. Claro que não podemos viver bem se o mercado não está bem, mas estamos abertos para novas aquisições, para clientes que nos permitem saciar interesses de ambos lados. Também estamos tentando antecipar tendências e posicionar nossos serviços para produtos de grande potencial como Petróleo e Energia. São atividades realizadas em longo prazo que permitem colher os louros posteriormente, mesmo em tempos complicados. Outra estratégia é o investimento em projetos industriais. Sabe aquelas grandes máquinas, de estruturas enormes que vemos na estrada? Então, muitas delas foram trazidas pela DGF, que recentemente começou a auxiliar a vinda deste tipo de maquinário para o Brasil. Este é um novo segmento para a empresa, estamos nele há apenas um ano e meio, mas já tem trazido bons resultados.

Estas máquinas são para a indústria. Existe alguma relação do governo e do PAC na vinda deste maquinário para o país?
Sim, o próprio presidente já revelou que o PAC não será afetado, pelo contrário, existem verbas destinadas para que a indústria não pare e este maquinário tem relação com tudo isto, com certeza. O Brasil, diferente de outros países, tem um grande mercado interno e, incentivos não devem faltar para a indústria suprir esta demanda.

Como a DGF avalia o Brasil?
Em novembro tivemos a visita do Presidente Mundial da DHL Global Forwarding. Ele já avaliou as potencialidades do país e as perspectivas são muito boas. O Brasil é o melhor posicionado no BRIC (termo para designar os quatro principais países emergentes do mundo: Brasil, Russia, India e China), por sua produção diversificada. Em um mesmo país é possível produzir alimentos, produtos industrializados e ainda temos energia e água para a população. Na China por exemplo, eles precisam optar se vão disponibiliar água para população ou para a indústria. Por isso, é provável que os efeitos da crise mundial aqui sejam menores que em outras nações.

A avaliação é positiva então?
Sem dúvida. Mas temos que ter o pé no chão. A DGF é o braço largo de seus clientes, a extensão dos pés, pois transportamos seus produtos, por isso, se nosso cliente não está bem nós também não estamos. Mas esta diversificação na produção brasileira nos ajuda muito e o atual câmbio facilita bastante a exportação. Ainda assim é importante nos atentar para uma questão: o Brasil tem que ser mais competitivo, para lucrar mais, exportar mais produtos industrializados. Tirando commodities, a taxa de exportação do Brasil é muito baixa, temos muito mais potencial. Hoje, pela DGF, os setores mais rentáveis exportados são: em primeiro lugar tecnologia, em segundo cosméticos, em terceiro automotivo e, por fim o setor farmacêutico. Este último possui volumes menores exportados, mas tem alto valor agregado.

A DGF terá que tomar alguma medida como demissões?
Não, não vamos ter demissões. O que estamos fazendo são ajustes que irão beneficiar nossa estrutura. São ações como transferências dentro da empresa, treinamentos e férias coletivas. Entendemos que as pessoas são responsáveis pelo crescimento da empresa e, não podemos dar o luxo de dispensar alguém que vamos precisar em um futuro próximo. As pessoas aqui são nosso capital.

E as outras divisões do grupo? Quais são os projetos?
Estamos sempre abertos para novos negócios, desde que claro, sejam benéficos para ambas as partes. O foco atualmente está em reforçar nossos produtos e serviços para beneficiar o cliente. Temos por exemplo, uma Control Tower (Torre de Controle), que monitora do embarque da mercadoria ao destino, através de uma referência do produto (código de barra). O diferencial neste serviço é que a carga transportada pode ser visualizada em todos os estágios, permitindo um melhor gerenciamento dos nossos clientes. O fato da DGF estar em vários lugares do mundo também ajuda neste sentido. Outros investimentos são: serviços rodoviários domésticos, serviços rodoviários internacionais, serviços house to house (porta a porta), entre outros.

 

Fonte: Cargo News

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