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Conteúdo 30 de dezembro de 2008

Não fale em crise… trabalhe! (5)

Diz o Aderbau, um fotógrafo que trabalha comigo que a crise – qualquer crise, qualquer problema – está na cabeça de cada um, e tem o tamanho que se lhe quiser dar. Pois é, podemos "fazer tempestade num copo d’água" ou passear tranqüilamente em meio à tempestade, talvez até cantando na chuva como fez o Sinatra numa célebre canção.

Preferimos esta forma de encarar a tal crise econômica mundial, por ver que as crises se sucedem e se encadeiam ao longo da história, num sem-fim de lamentações de alguns  que achavam que o mundo ia se acabar, e o fato é que ele continua aí, meio remendado aqui e acolá, mas sobrevivendo, mesmo depois do dilúvio universal e do tal meteorito que acabou com os dinossauros – isso é que se poderia chamar de crises!

O que temos hoje é apenas um rearranjo do mercado, expurgando alguns e beneficiando outros. As vendas que deixam de ser feitas hoje serão feitas amanhã, assim que tudo se normalizar. E até esses prejuízos momentâneos acabam às vezes compensados, como vimos em relação aos exportadores brasileiros de frutas, que por causa da crise venderam menos bananas no mercado internacional, mas também por causa da crise e da momentânea valorização do dólar norte-americano, lucraram mais agora do que antes, mesmo exportando quantidades menores. E o mundo continua girando…

Nesse mundo de tantas rotações e ciclos, podemos traçar uma linha imaginária, perto dos 23 graus de latitude Sul, e fazê-la cruzar com outra linha imaginária, perto dos 46 graus de longitude Oeste. Nesse ponto geográfico, mais ou menos, temos reunidos o porto de Santos, a mega-cidade de São Paulo e, entre as duas, a cidade de Cubatão, que há 60 anos sedia o principal pólo industrial sul-americano, baseado no tripé siderurgia-petroquímica-fertilizantes. Com dezenas de grandes indústrias que, com seus produtos, abastecem o Brasil e o mundo.

Ali, a crise passa longe. Esse pólo está sendo duplicado neste momento. E nem há sinal de desaceleração nas obras, pelo contrário. Os empresários ali sabem que há petróleo e gás para receber e processar, das abundantes jazidas da Bacia de Santos, prestes a entrar em operação comercial. Sabem que é preciso fazer mais e mais aço, para atender necessidades crescentes do mercado brasileiro e internacional (e se alguns clientes, nos EUA, estão em crise, suas prósperas filiais brasileiras estão providenciando o socorro…). Além disso, o mundo tem fome cada vez maior, é preciso produzir alimentos, é preciso fazer a terra render mais, duas ou mais colheitas por ano conforme o produto, e são os fertilizantes que permitem essa expansão atualmente.

Ao duplicar a capacidade das indústrias de base, o pólo industrial de Cubatão terá logo em seguida um efeito de ampliação das demais empresas que usam tais produtos em seus sistemas industriais. Ou seja: as indústrias subsidiárias serão expandidas e/ou surgirão novas empresas na área.

Por exemplo, o local vem sendo sondado por diversos grupos nacionais e internacionais interessados em desenvolver ali um complexo de estaleiros para construções e reparos navais. Pois a economia mundial, cada vez mais interligada, necessita de navios para transportar produtos e componentes entre os inúmeros portos de todos os continentes, e alguém precisará fazer esses navios, ou repará-los quando necessário.

O pólo industrial está ligado diretamente ao porto de Santos por um rio, o Piaçagüera, por onde trafegam navios de médio porte, até os seus terminais portuários. Mas já se estuda também o incremento do transporte fluvial, pois parte da produção precisa ser embarcada nos inúmeros navios que atracam no porto santista.

Junto ao pólo existe a Serra do Mar, um desnível de 800 metros que precisa ser transposto para chegar à capital paulista. E há igualmente estudos para duplicar tanto os sistemas ferroviários como os rodoviários e dutoviários nessa ligação, além de modos alternativos, como esteiras para minérios.

Em todos esses projetos, a tal crise econômica não conta. A maior preocupação, hoje, é em como fazer tudo isso de forma correta, sem agredir a natureza, pois esta é uma das áreas ambientalmente mais vigiadas do mundo. E os empresários já encontraram as soluções para fazer essa expansão de forma ecologicamente correta. Então, nem nesse aspecto existe crise.

Ao que parece, a tal crise só está mesmo na mente de alguns especuladores, como diria o Aderbau… Para quem trabalha, 2009 será apenas mais um Próspero Ano Novo!…

 
Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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