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Conteúdo 27 de julho de 2009

Negócios em movimento

Nos Estados Unidos ou na Europa Ocidental é muito difícil encontrar uma empresa que administre sua própria estrutura logística e disponha de uma rede de caminhões ou centros de distribuição. O que ocorre na América Latina é totalmente distinto: as empresas fabricantes consideram os serviços logísticos como parte do seu modelo interno de negócios

Os motivos levantados são sempre os mesmos: menores custos, mais controle e maior nível de segurança do que o prestador de serviços de logística (da sigla em inglês LSP – Logistic Service Provider) seria capaz de garantir. Isto fez com que os maiores agentes neste mercado não sentissem, no passado, muita atração pela região e nem investissem o que seria razoável e necessário.

No entanto, as coisas começaram a mudar neste sentido: recentemente os fabricantes passaram a compreender que concentrar a atenção na sua atividade principal é a variável necessária para ganhar competitividade.

De fato, o crescimento da América Latina nos últimos cinco anos, antes do início da crise global, era mais acelerado que o de muitas outras regiões, tendo como consequência um crescimento ainda mais rápido nos negócios de logística. Muitos LSPs tiraram proveito desta oportunidade e investiram, oferecendo aos seus clientes o que eles sempre buscaram: equipamentos e dependências modernas, novos serviços de logística e tecnologia da informação que permitem uma maior visibilidade de todo o negócio, o que resulta em qualidade e rapidez. Como era de se esperar, nos momentos econômicos difíceis a decisão de investir em tecnologia pulou para o topo da lista de prioridades.

Diante desse cenário, as empresas que têm frotas de caminhões antigas com alto custo de manutenção se sentiram obrigadas a tomar uma decisão: ou investe capital para comprar novos veículos (uma alternativa que fixa limites na projeção de crescimento futuro) ou terceirizam esta atividade usando um LSP. A segunda opção está sendo a preferida.

Mas esta não é a única causa do apogeu do setor logístico na América Latina. A proliferação dos acordos de livre comércio na região, o aumento na demanda dos consumidores, os investimentos em infraestrutura básica ocorridos nos últimos anos, a melhoria e a estabilidade econômica e política, além de uma mudança no panorama que facilita os investimentos estrangeiros são fatores que impulsionam a necessidade de serviços deste tipo nestas regiões.

Mudança de continente

Até agora, os “reis” do setor sempre foram os prestadores de serviços asiáticos. Mas as empresas deste continente devem enfrentar uma combinação de fatores complexos, como a capacidade limitada dos portos, os custos de combustíveis aumentando sempre, os atrasos nos fretes aéreos e marítimos, os encargos elevados, as demoras nos portos e as flutuações nos mercados.

Por tudo isso, as multinacionais estão com problemas na coordenação dos processos de armazenamento, embalagem, comercialização e embarque just in time a destinos no hemisfério ocidental. A Ásia sofre uma sobrecarga em logística que dificultará o seu crescimento futuro, favorecendo a América Latina como opção. Para as empresas norte-americanas, por exemplo, as vantagens de contratar estes serviços na região são significativas: as distâncias são menores e, como consequência, o impacto do custo dos combustíveis é menor, assim como o número de dias de trânsito e os custos de manutenção do estoque.

Entretanto, nem tudo está resolvido para que a América Latina se torne um grande prestador de serviços logísticos. Um grande obstáculo é a falta histórica de investimentos em infraestrutura básica, com estradas de rodagem, ferrovias e canais navegáveis incapazes de facilitar a movimentação de mercadorias. Os governos locais estão tentando alterar esta situação com investimentos para a construção de redes viárias, portos e aeroportos.

Este movimento no mercado fez com que os LSP globais queiram se estabelecer com mais vigor, enquanto os LSP regionais procuram criar um nicho para tirar proveito das inúmeras oportunidades de negócios que se apresentam.

O grande desafio para estes últimos é saber empregar tecnologia para conseguir enfrentar os primeiros. Entre outras coisas, as ferramentas adequadas permitem evitar incoerências nas informações dos embarques, habilitar serviços que permitam aos clientes saber onde estão as suas mercadorias a cada instante ou padronizar processos de negócios para que a administração tenha toda a inteligência comercial para tomar as decisões de modo mais rápido e efetivo, além de dispor de todos os elementos que os principais ERPs e aplicações logísticas do mercado conseguem fornecer.

As empresas logísticas devem saber se movimentar, esta é a sua natureza. As que conseguirem isso com maior rapidez e agilidade agora, quando o mercado está incipiente, evoluirão com vantagem para serem líderes no futuro próximo.

Luciano Barros – executivo de vendas e responsável pela vertical de Logística da SAP Brasil
lkokumai@tv1.com.br

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