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Conteúdo 7 de janeiro de 2009

Novas oportunidades

No final de 2007, o presidente Lula afirmava, conforme apresentei em artigo desse período, que o ano de 2008 seria muito melhor, para todos os brasileiros, e que, apesar de não contar com a CMPF, o governo manteria os seus programas.

Infelizmente não foi isso, exatamente, o que ocorreu. O governo, ao invés de ter a arrecadação reduzida, a teve aumentada também, conforme apontado em vários jornais do País.
 
Por outro lado os programas  de investimento, particularmente aqueles do PAC, não andaram como prometido. No fim do ano o presidente inaugurou uma praça em Recife, coisa que antigamente era privilégio de prefeitos de cidades do interior. Pergunto-me o que uma praça, em Recife, vai ajudar no desenvolvimento do País ou na abertura de vagas de trabalho duradouras?

No final deste ano de 2008 o presidente expôs a sua perspectiva das conseqüências da crise universal sobre o Brasil conclamando o povo a continuar o seu consumo normalmente.

Foi infeliz nessa sua colocação, pois todos sabem que em crises ou incertezas é também conveniente poupar. Talvez ele estivesse querendo dizer que é para não parar de investir em coisas que dessem retorno. Como nas empresas que investem quando da crise para melhorar processos, aumentar capacidade, criar novos produtos, a fim de poder justamente sair da crise e quando ela passar estar em vantagem competitiva.

No entanto, o presidente e seus ministros têm em suas mãos a maior possibilidade de alavancar um importante desenvolvimento para o País, internamente, e fortalecer nossas empresas no competitivo mercado internacional.

Muitos economistas estimam que o dólar deva continuar acima de R$ 2,00. Com esse valor do dólar os salários dos trabalhadores brasileiros ficam desvalorizados em mais de 30%. O salário mínimo rondaria a casa dos U$ 200,00 contra um salário chinês de 140-150 dólares mensais.

Como há ainda alguma restrição a produtos chineses e similares no mundo haveria a possibilidade de bons produtos e relativamente baratos, produzidos no Brasil, alcançarem novos mercados.

Sabe-se que o Brasil foi um dos países que apresentou a maior desvalorização de moeda durante essa crise, o que implica que os produtos importados ficaram mais caros mesmo com as desvalorizações da moeda em seus locais de origem. Assim o mercado local que vinha sendo abastecido crescentemente com produtos importados, poderá ter essa demanda suprimida com produtos locais.

Entretanto há o problema de fluxo de caixa das empresas para investimentos com recursos próprios. Isso as obriga a tomada de empréstimos que hoje estão, não só mais raros, como mais caras taxas de juros.

Também as taxas de juros para financiamento de varejo estão elevadas o que reduz a disposição do consumidor na compra.

O que o governo pode fazer, aproveitando a crise, é diminuir os gastos de custeio da maquina pública e efetivamente agitar o circo do PAC ou similar para que sejam despejados no mercado, via trabalho, milhões ou bilhões de dólares, que estão previstos no orçamento. Até agora o governo não mostrou qualquer competência nesse sentido, a não ser a competência da verborréia.

Também pode, ser tiver vontade política, emprestar dinheiro a varejo através de seus bancos oficiais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Deve também criar barreiras técnicas, aos moldes japoneses, para que se evite a entrada maciça  de produtos chineses, pois , como os seus maiores mercados: Estados Unidos e Europa estão contraídos, haverá sobra de produção chinesa, e os mercados em desenvolvimento devem ser os alvos preferidos para sua desova

O que preocupa , como sempre , é a demora de tomada de ação do governo, enquanto outros países já tomam decisões para reação.

Finalmente o governo, em função dos recordes de arrecadação, poderia reduzir alíquotas de forma ampla e não somente aos mesmos mercados de sempre, automobilístico e calçados. Basta ver a reação de vendas ocorrida em função da redução do IPI sobre veículos.

O ano de 2009 poderia ser o ano da virada do Brasil e temos todas as chances para isso:

Temos a maior taxa de juros do mundo , num patamar que pode ser substancialmente reduzido e ainda ficar acima das taxas dos outros países.

Temos um mercado de alta demanda para a maioria dos produtos.

Temos um povo sensível a apelos dramáticos e o presidente goza de popularidade suficiente para comover a muitos.

Temos um congresso banana, que aprova, em geral, todas a proposições do executivo.

Temos uma crise pela frente que precisa ser minimizada urgentemente.

E temos a eleição no próximo ano, o que normalmente implica em fortes movimentos do governo para fazer seu sucessor.

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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