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Conteúdo 16 de novembro de 2010

Os gargalos na distribuição de medicamentos no Brasil

Sejam quais forem os rumos do novo governo, uma dúvida permanece entre os maiores atacadistas farmacêuticos do Brasil. A agenda de prioridades dos próximos governantes está contemplando a distribuição de medicamentos país afora? A função de transportar medicamentos da indústria até as prateleiras das farmácias e drogarias é sinônimo de transpor obstáculos. A tarefa desafiadora não se restringe às distribuidoras farmacêuticas, mas a toda a atividade atacadista.

Imagine percorrer um país com a maior extensão territorial da América do Sul (8,5 mil km²) para abastecer mais de 63 mil pontos de venda. Some-se a isto o fato de que medicamentos são produtos que exigem cuidados específicos de armazenamento e transporte. Por estes motivos, o atacado farmacêutico no Brasil pode ser considerado mais uma missão do que um negócio.

A própria malha viária é um dos principais obstáculos do segmento de transportes. Por suas dimensões continentais, o Brasil exibe uma complexidade de transporte indescritível. Nosso país sempre foi carente de transporte ferroviário, apresenta muitas limitações quanto à abrangência dos serviços aéreos, o modal hidroviário praticamente inexiste e o transporte de cabotagem idem. A alternativa que resta aos distribuidores é a malha rodoviária. Mas aí nos deparamos com a precariedade das estradas brasileiras. Repor os estoques das farmácias e drogarias espalhadas por 5.564 municípios, utilizando vias em condições comprometedoras, dificulta o progresso da atividade e o acesso da população aos medicamentos.

Para completar, a distribuição ainda convive com o alto custo de rodagem nas estradas brasileiras, em função das privatizações. O excesso de postos de pedágio tem peso significativo nos custos dos fretes. E esta situação não é exclusiva dos distribuidores do setor farmacêutico. Atacadistas de alimentos, vestuário e de muitos outros segmentos também sofrem as consequências.

Porém, a distribuição de remédios conta com uma problemática peculiar: a segurança. Atualmente, os medicamentos são a quarta carga mais visada por quadrilhas de assaltantes. O sistema de rastreabilidade irá combater esse obstáculo, porém enquanto ainda não for implementado, o atacado farmacêutico continua a enfrentar esta realidade de insegurança.

Com a finalidade de contornar estes gargalos, o atacado farmacêutico vem trabalhando para a consolidação de parcerias que beneficiem o setor. O relacionamento com órgãos governamentais e outras entidades também tem sido um dos caminhos encontrados para driblar este cenário. Ser o elo entre a indústria farmacêutica e a população brasileira é um papel de extrema responsabilidade.

Em um país socialmente injusto, onde o acesso aos remédios esbarra no fator renda, as distribuidoras do setor cumprem uma função primordial: ser o agente facilitador que leva os medicamentos diariamente aos rincões mais distantes do Brasil. Além de cumprir este trabalho árduo, os atacadistas ainda lidam com os gargalos. Tudo para garantir qualidade e segurança ao consumidor, personagem mais importante de toda a cadeia farmacêutica.

Luiz Fernando Buainain – presidente da Abafarma – Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico

carolina@scritta.com.br

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