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Conteúdo 23 de abril de 2009

Os novos paradigmas

Desde o estouro da crise financeira, o que se ouve no mundo dos negócios e, principalmente na mídia, é que o mercado brasileiro sofreria uma retração e depois uma inexorável recessão, abatendo as finanças da nação de forma impiedosa, fazendo empresas estagnar e, conseqüentemente, fechar postos de trabalho.

Na realidade, as empresas têm decidido pelo inexorável caminho da redução de custos, cortando, como podem, seus quadros de funcionários e revendo contratos com seus atuais fornecedores. Esse modus operandi tem se instalado de forma irrevogável em empresas multinacionais, em companhias de capital aberto e nas demais configurações de empreendimentos, nos mais variados setores de atuação na economia.

No mundo da logística, especialmente naquela seara específica que rege as contratações de empresas fornecedoras de soluções especializadas, o que se percebe é que a maioria das indústrias tem decidido abrir licitações para os serviços que atualmente estão terceirizados. Por outro lado, empresas que ainda não tem os seus serviços terceirizados, estão começando a fazer contas e considerando a possibilidade de contratação de empresas especializadas para fazerem aquilo que se descola do seu core business fundamental, mas sempre com o foco na redução dos custos.

Assim, a tendência é que grandes licitações devam ocorrer no mercado ao longo do ano de 2009, com o objetivo primaz de se contratar empresas especialistas que possam, ao mesmo tempo, trazer uma solução adequada para cada tipo de demanda, mas que, acima de tudo, possam trazer algum tipo de redução do custo que exista com a configuração operacional atual. Nesse sentido, empresas de soluções logísticas que consigam, com criatividade e/ou know-how, apresentarem modelos de precificação inteligentes focadas em redução responsável de custos, serão as vencedoras.

O mercado está se tornando mais criterioso, mas, de uma forma rápida, se tornando mais exigente. Dessa forma, cada vez mais, os BID’s estão, refletindo, esse tipo de arquitetura de demanda, exigindo dos proponentes projetos técnicos que demonstrem domínio e profissionalização e propostas comerciais que apresentem conceitos evoluídos de remuneração, flexibilidade para compartilhamento dos riscos do mercado e, principalmente, redução de custos relacionados com as atividades de intralogística. Em suma, os clientes querem contratar o melhor projeto pelo menor preço, mas sem que este traga como premissa para a redução de custos a  irresponsabilidade.

A questão da responsabilidade na prestação de serviços logísticos, refletido em um projeto, é um ponto de atenção que deverá ser levado em consideração no momento da contratação do parceiro ideal. Tem que se tomar muito cuidado com propostas comerciais muito agressivas, pois, na maioria das vezes, as mesmas vêm acompanhadas de projetos técnicos de pouca solidez ou canibalizadas por premissas de redução de escopo inconseqüentes que consideram o estrangulamento dos recursos humanos ou de equipamentos como ferramentas de redução de custo. Também, surgem, nesses momentos, empresas que até apresentam projetos consistentes, mas após o início das operações, optam por práticas escusas como as do não recolhimento correto dos encargos e impostos, não condução de um relacionamento legal com seus funcionários por não “assinar suas carteiras”, o não pagamento de horas extras, etc., gerando passivos trabalhistas, quedas dos níveis de serviços e até o colapso de operações de intralogística.

Os tempos são outros, e os contratantes não estão querendo mais arcar sozinhos com variações de mercado e, dessa forma, começarão a solicitar dos operadores logísticos, profissionalismo e criatividade para que estes consigam balizar suas políticas comerciais de forma a estabelecer uma arquitetura flexível na formatação da suas remunerações, sem que isso abale o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. Já nas áreas técnicas e operacionais, os clientes exigirão o máximo na excelência da prestação de serviços, demandando, minimamente, pela garantia do nível de qualidade pactuado ou vendido.

Davi Fernandes – Bacharel em Relações Internacionais. Possui MBA em Economia e Política Internacional pela Universidade Independente de Lisboa. Atualmente é Gerente Nacional de Desenvolvimento de Negócios onde, além de direcionar as estratégias e ações comerciais de logística no mercado Brasileiro, desenvolve soluções de armazenagem e distribuição para os Clientes da In-Haus.

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