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Conteúdo 25 de março de 2012

Paletes movem a cadeia de abastecimento do mundo

Discorrer sobre paletes de madeira não é uma tarefa fácil. Para muitos, essa embalagem de uso amplo na cadeia logística é apenas um coadjuvante estocado em um canto do armazém, outras vezes visto em acostamentos de rodovias servindo ao comércio paralelo do baixo custo.

Entretanto, o palete de madeira deve ser entendido como parte de um sistema de movimentação de materiais em diversas indústrias, e que atende a uma série de exigências para desempenhar seu papel. Diversos países estabelecem normas de produção dos paletes descrevendo medidas, o tipo de madeira a ser empregada na confecção, os tratamentos para evitar contaminações e até a forma de descarte e reciclagem.

No Brasil, a padronização chegou em 1990, com os paletes PBR, através da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Após cinco anos de estudos e ensaios definiu-se pelas dimensões de 1,00 m x 1,20m; vida útil média de três anos; fixação com pregos espirais; identificação em gravações a fogo; face dupla não reversível; quatro entradas. A sustentabilidade está garantida pelo uso de madeira de pinus e eucalipto em sua produção: uma árvore em crescimento absorve todos os gases emitidos por um palete durante a sua vida útil e o Brasil possui 6,7 milhões de hectares de área de reflorestamento, principalmente de eucaliptos e pinus.

A gestão é do CPP (Comitê Permanente de Paletização) e o IPT de São Paulo é o órgão de fiscalização e normatização. O PBR é um palete de circulação nacional e a principal importância é a intercambialidade entre as empresas, que trocam paletes em suas operações logísticas.

O desafio de produzir o PBR

Estima-se que 90% dos paletes em circulação no mundo são de madeira. Por quê? Bem, este é o material que oferece o melhor custo ao comparar os benefícios que suas propriedades proporcionam: baixo custo, se comparados aos paletes plásticos e de metal; são recicláveis e feitos de recursos renováveis; são robustos; são fáceis de reparar quando danificados. Conclusão: paletes de madeira são efetivos e a melhor solução para a maioria das movimentações de materiais.

Contudo, ter infraestrutura eficiente para fabricá-los, atender ao crescimento da demanda e obter as certificações necessárias, é um desafio. Não existem estatísticas oficiais, porém sabe-se que o número de paletes em circulação no mercado brasileiro gira em torno de 6 a 8 milhões ao ano – é um número baixo, considerando o volume de cargas movimentadas e, infelizmente, a circulação de paletes fora do padrão e o comércio de paletes usados, que são desviados do seu trânsito normal. Resumindo: demanda reprimida e um grande potencial de consumo.

No Brasil, os paletes de madeira poderiam ser usados em volume muito maior do que sabemos hoje, certamente. É um desafio e tanto a ser transposto: o de estimular a demanda, conscientizando embarcadores de que essa ferramenta agregará eficiência à movimentação, e o de investir continuamente em infraestrutura e manutenção das normas, para que a qualidade do produto em circulação não o transforme em um problema na cadeia de abastecimento.

Valdir Zelenski – diretor da Matra do Brasil

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