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Conteúdo 7 de fevereiro de 2011

Para onde caminhará o setor farmacêutico em 2011?

Um ano de 2011 promissor para todo o país. Desde 1° de janeiro, temos a primeira mulher ocupando o cargo de presidente, enquanto governadores, deputados e senadores assumem ou reassumem seus postos. Os ventos parecem soar a favor, com uma economia sólida e estruturas econômicas alinhadas. Mas você sabe o que nossos representantes políticos pretendem colocar em prática em prol do setor farmacêutico e do acesso aos medicamento?

O mercado é de extrema importância não só para a sociedade, uma vez que lida com bens de primeira necessidade, mas também para a economia. Segundo estudo da IMS Health e da Abrafarma, o movimento de vendas anuais deste mercado supera R$ 30 bilhões. Mas qual deverá ser o caminho trilhado por este segmento no próximo ano? O que esperam indústria, atacado e varejo do novo ano? Em quais frentes deverão focar seus negócios a fim de continuar exercendo um trabalho de excelência na produção, distribuição e venda de medicamentos?

Tendo em mente que a saúde no país carece de mais atenção, espera-se com afinco melhorias nas políticas de saúde pública e consequentemente mais facilidade no acesso por parte da população. Desde o dia 28 de novembro de 2010, a venda de antibióticos no Brasil só pode ser feita mediante apresentação de receita médica. A medida da Anvisa, que tem como propósito evitar a automedicação, na teoria é correta, mas no mundo real os brasileiros não têm acesso fácil e ágil a uma consulta médica. É preciso, em primeiro lugar, organizar o setor de saúde para garantir aos pacientes o acesso ao médico e à receita. Somente depois se pode pensar em restringir a venda. Com certeza o maior acesso ao sistema de saúde e, consequentemente, aos medicamentos forçará uma profissionalização ainda maior da distribuição farmacêutica.

A carga tributária aplicada sobre os remédios é outro tema que merece análise. Atualmente, os impostos aplicados no Brasil chegam a 36%, um dos índices mais altos do mundo. A média mundial é de 3,6%. Países como Colômbia e México têm zero de carga tributária sobre medicamentos. Outros como Suécia e Inglaterra têm isenção de impostos para alguns medicamentos. Essa elevada tributação nos remédios aumenta o preço máximo do produto ao consumidor final, onera as empresas que mais contribuem, acirra a guerra fiscal e incentiva a sonegação – porta de entrada dos medicamentos roubados e falsificados e ameaça real à saúde pública.

Entretanto, a mobilização das entidades setoriais pode garantir um marco para o segmento com a implantação do Sistema Nacional de Rastreamento de Medicamentos, alvo da Instrução Normativa 11/2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União no último dia 3 de novembro. Depois de estudos, análises e teste em um projeto-piloto, a partir de 2011 as caixas de remédios terão um selo de segurança para atestar sua autenticidade e as farmácias contarão com leitores óticos, para o consumidor visualizar as informações da procedência do medicamento que está adquirindo.

Com o rastreamento dos medicamentos desde a saída do laboratório até as mãos do paciente, todas as partes do setor terão benefícios. A indústria não será prejudicada com a falsificação de remédios, o atacado não sofrerá mais com o roubo de cargas e o varejo não terá mais prejuízos. Para o consumidor significa mais segurança na hora da compra. Acredito que a rastreabilidade será o trunfo nos próximos meses, fazendo com que o ano de 2011 seja repleto de bons resultados. Este ano com certeza será pontuado pela percepção dos primeiros resultados e consequências desta nova tecnologia.

Além deste avanço tecnológico, outro fator que deverá impulsionar o setor é a relação sólida que está sendo construída entre indústria, atacado e varejo. Uma maior aproximação entre as três pontas da cadeia era um dos objetivos do segmento para este ano que termina. A meta começou a ser cumprida, com a criação de novos fóruns como o Pharmanager, a segunda edição do Farma Meeting e a formação de grupos de trabalho para discutir uma série de temas. Entre eles, a regulação do transporte de remédios sujeitos a controle de temperatura e a uniformização da leitura das embalagens terciárias, o que deve agilizar a chegada de medicamentos aos pontos de venda.

As expectativas estão à mesa. A expansão do setor está atrelada à nossa atividade-fim: fazer chegar com eficácia e segurança os medicamentos a toda a população.

Luiz Fernando Buainain – presidente da Abafarma – Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico
carolina@scritta.com.br

 

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