Pedágio no Rodoanel

A vitória do Consórcio Integração na concessão do trecho oeste do Rodoanel foi celebrada por trazer um deságio de 61% no valor do pedágio, além de permitir a viabilização da construção do trecho sul. É uma boa notícia para os usuários, que pagarão menos que o projetado para utilizar os seus 32 quilômetros. E a concessão permitirá o financiamento do trecho sul do Rodoanel, básico para retirar os caminhões de passagem pela cidade de São Paulo a partir de 2010.

Até lá, o motorista paulistano deverá se preparar para a eventualidade de o trânsito sofrer um aumento causado pela cobrança do pedágio a partir do último bimestre de 2008. Hoje, o Rodoanel é utilizado em grande escala pelos moradores de Osasco, Carapicuíba, Barueri e entornos (incluindo Alphaville) para fugir das marginais. E boa parte dos caminhões oriundos do Sul do País com destino ao interior do Estado e Norte do Brasil (e vice-versa) passou a ter uma excelente opção para contornar o trânsito paulistano com o trecho oeste. Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, 30% da frota de caminhões passaram a utilizar essa via de escape, evitando a cidade.

Com o pedágio, parte desses veículos de passageiros e desses caminhões voltará a circular pelas marginais para evitar a cobrança. Em particular, os caminhoneiros autônomos, que representam 50% da frota de caminhões no País. Eles tentarão ao máximo evitar a cobrança, sobretudo quando trafegarem na volta sem carga. Isto porque o frete, em geral, não inclui o reembolso do pedágio no trecho de volta, só na ida.

Note-se que nas grandes metrópoles internacionais que contam com rodoanéis não é cobrado pedágio justamente para incentivar o trânsito de caminhões por eles. Um exemplo é o da Francilienne, que contorna Paris e é gratuita, apesar de todas as auto-estradas de acesso serem pedagiadas.

Assim, em curto prazo a cobrança do pedágio deve ter um efeito negativo no trânsito. Isso só será superado com o funcionamento do trecho sul a partir de 2010, que trará benefícios significativos para o trânsito.

Fonte: www.dcomercio.com.br