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Conteúdo 22 de fevereiro de 2010

Por que as empresas brasileiras de TI têm medo de fusões?

As empresas de TI vivem tempos competitivos: os clientes exigem cada vez mais qualidade, com cada vez mais segurança, por preços baixos e modelos de negócios mais diferenciados. “Mas como vou conseguir atender à expectativa dos clientes e ainda ter lucratividade para crescer e me manter saudável?”, pensam os executivos brasileiros.

De acordo com um relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers, as atividades de fusão e aquisição de empresas de tecnologia atingiram 3,1 bilhões de dólares nos Estados Unidos durante o primeiro trimestre e 2,3 bilhões de dólares durante o segundo trimestre de 2009. Para eles, vale ter um concorrente sob o mesmo e grande guarda chuva que cada um com o seu papel-jornal na cabeça.

No Brasil, o movimento pode até acontecer, mas por motivos diferentes. Na maioria dos casos, as empresas de TI não buscam a fusão para crescer e sim para se salvar; não existe na pauta das empresas brasileiras uma linha no plano empresarial que seja destinado ao crescimento baseado em fusão. Por que alguns empresários brasileiros não aceitam se movimentar para resolver o problema de falta de musculatura, dinheiro para investir em novas linhas de negócios e para capacitar e reter talentos, realizando fusões entre empresas com culturas similares e objetivos comuns?

Mesmo os dados da empresa de auditoria KPMG revelando que nos nove primeiros meses do ano de 2009, dos 117 acordos empresariais realizados no Brasil, 39 deles envolveram empresas de tecnologia, esse número é baixo! O problema pode estar no perfil de muitos administradores brasileiros, que temem perder espaço em fusões com outras empresas. Talvez eles não possuam a mesma cultura que o americano, que cria a empresa pensando em ser global e sabendo que em alguns momentos precisará dar um passo para trás para dar dois para frente e conseguir o seu objetivo.

E oportunidade de crescimento é o que não falta. O Brasil já foi capa da principal revista de economia do mundo, a The Economist, que afirmou que 2010 será o ano do Brasil. Empresas estrangeiras que querem crescer sabem disso e enxergam o país como um ótimo lugar para expandir.

E muitos acreditam que essa importação das empresas pode significar perdas. A união de empresas, independentemente de nacionalidade, que não tiver um Roadmap claro e definição da estratégia bem feita antes de iniciar o processo, tem grandes chances de fracassar. Ambas têm que estar em sintonia, querendo expandir e não temer mudanças. E, principalmente, ter controle total da transação.

Sei que esse comércio envolve medos, principalmente para os funcionários. Obviamente que não podemos ter um time só de estrelas, mas devemos posicionar essas estrelas nos lugares mais sensíveis para garantir que a estrutura rode, mesmo que alguns profissionais fiquem pelo caminho. O certo é priorizar o planejamento: a empresa mais favorecida é sempre a que possui um plano de negócios e uma estratégia mais coesa com a realidade do mercado naquele momento.

Claro que além dos pontos citados acima, uma série de outros detalhes impedem que 20 pequenas empresas virem uma grande empresa com faturamento de R$ 50 milhões, mas um dos problemas é a falta de iniciativa. As empresas querem ser grandes, mas não querem pensar como se tornar grandes. É muito mais fácil só sonhar do que executar e olhar para os indianos dizendo “eles são muito bons…”

Gabriel Rodrigues – diretor da Essence, empresa de consultoria e outsourcing, especializada em Tecnologia e Informação para negócios.
bmachado@brsa.com.br

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