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Conteúdo 29 de setembro de 2008

Reflexos da evolução dos portos

É com extrema satisfação que temos observado a preocupação do atual presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, com referência à capacitação do Porto de Santos para receber navios de maior porte.

Embora tenhamos nos manifestado, por duas vezes, a respeito da baixa utilização de navios com calados iguais ou superiores a 12 metros, convém anotar que em 1997 apenas um navio acima de 12 metros de calado havia atracado em Santos. Em 2007, foram 27 e em 2008, 26 apenas no primeiro semestre, o que permite projetar um melhor desempenho.

As primeiras perguntas a serem feitas são:

– Será que o porto, com a manutenção de profundidades adequadas atraiu navios de maior porte?;
– Será que bastou a implantação do Programa de Arrendamentos do Porto de Santos (Proaps) para a obtenção desses resultados?

Certamente não!

Nada foi tão prejudicada e polêmica que a dragagem, na manutenção das profundidades, como nos últimos anos. E a implantação da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, forçada pela pressão da navegação internacional ainda não foi totalmente assimilada e não se encerra com os Proaps efetuados. Na realidade, esse processo exige mais ousadias, que só ocorrerão com o conhecimento do processo de desenvolvimento portuário.

Sempre com vistas a justificar os serviços de dragagem no Porto de Santos, elaborei monografia a titulo de conclusão do curso Superior de Portos – Brasilia 1987 sobre "Evolução da navegação e seus reflexos na concepção dos Portos – conceitos de terminais expecializados, retroporto, offshore e terminais de transferência".

No artigo "AS NOVAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO DETERMINAM A EVOLUÇÃO DOS PORTOS" – Luciano Otavio Marques de Velasco e Eriksom Teixeira Lima, respectivamente, gerente e economista da Área de Infra-Estrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), "enfocando a dinâmica do transporte marítimo mundial e seus reflexos sobre a evolução dos portos, buscaram demonstrar que há a necessidade de uma profunda revisão das prioridades de todos os agentes envolvidos, em especial das autoridades portuárias, caso se pretenda aumentar o tamanho da participação das exportações brasileiras no mercado mundial".

É com esse tema que iremos navegar, por algum tempo.
 

Luiz Alberto Costa Franco
é engenheiro civil, foi chefe dos serviços de dragagem do Porto de Santos e diretor de engenharia da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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