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Conteúdo 1 de agosto de 2008

Sugestão de temas para a campanha

Há tempos se tem observado na cena política nacional, especialmente nos grandes centros urbanos, a existência de um enorme vácuo de representação dos interesses da chamada classe média brasileira, assim entendida aquela parcela da população, assalariada ou de profissão liberal, que não depende de bolsas do governo, recolhe todos os impostos, mas tem plano de saúde particular, possui carro popular, novo ou usado, comprado em infinitas prestações e paga aluguel ou financiamento de apartamento pequeno, igualmente a perder de vista. Os filhos estudam em escolas particulares – com enorme dificuldade para pagamento das parcelas mensais e do material escolar – e os impostos são recolhidos de forma a não haver possibilidade de se escapar das garras gulosas da receita.

Ao contrário dos ricos – que não pagam impostos por mil subterfúgios ou vazios legais – e dos pobres, a classe média, base de sustentação da economia do País, tem seus salários ou honorários extorquidos na fonte, sem nenhuma contra partida em serviços ou benefícios públicos que, quando existem , são direcionados demagogicamente ao atendimento da população sem recursos, apesar das necessidades reais, mas que vota e faz barulho.

As campanhas eleitorais, de todos os candidatos, independentemente do partido ou coligação, uma vez mais estão direcionando suas propostas, projetos e mentiras para o segmento maciço da população que, repita-se, detém o voto, mas depende da classe média produtiva e de seus impostos para receber benefícios duvidosos, imediatistas, já que ninguém investirá pesadamente na educação, dando aos pobres condições sustentáveis de progredir na vida. A tônica é mantê-los dependentes para sempre, em troca do voto. Ressalte-se a obrigação de se atentar para as necessidades das camadas mais pobres e – via poder público – auxiliá-las a superar suas carências, dando-lhes mecanismos para progredirem pela educação e o trabalho.

Os recursos arrecadados da classe média são destinados a secar gelo nos problemas, que nunca foram atacados em sua base estrutural, a começar da inexistência de planejamento e planos diretores para as cidades. Cada prefeito faz o seu e não o executa. O sucessor começa do nada.

O rol de erros, de desacertos e de equívocos propositais (quase sempre) passam por cima da construção a médio e longo prazos de bases sólidas de realizações, que visem não apenas a próxima eleição. A classe média brasileira segue abandonada. Sem representação à altura , dela se extraem os recursos que fundeiam o discurso e a ação falaciosa dos atos políticos e de governo.

A sugestão aos candidatos é simples: levantem os verdadeiros problemas da classe média. Apresentem propostas de melhoria da qualidade de vida que sejam viáveis e apostem as demais fichas no investimento em educação, saneamento, transporte, saúde e fixação da população em seu entorno. Todos vão ganhar com isto e a classe média dará os votos se houver comprometimento com metas e não por simpatia ou antipatia pelos candidatos. Fora disso, será a mesmice de sempre.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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