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Conteúdo 31 de maio de 2010

Sustentabilidade além das sacolinhas

Nos últimos anos, a sociedade, incentivada por estudiosos, ambientalistas e pelos alertas da mídia, vem mostrando uma crescente preocupação com as questões ambientais. Aos poucos, estamos nos dando conta de que o desequilíbrio do planeta tem a ver com nossas ações e que precisamos nos mexer se não quisermos assistir às consequências desse processo.

Não só as iniciativas individuais em relação a isso estão cada vez mais evidentes, como o comércio e a indústria há algum tempo também já perceberam essa tendência e passaram a investir em alternativas de produção menos agressivas ao meio ambiente. Prova disso são os diversos lançamentos de produtos ecológicos e “linhas verdes”, o desenvolvimento de veículos menos poluentes, a criação de novas formas de energia limpa, o estímulo à reciclagem e à venda de produtos reciclados.

Uma grande polêmica que surgiu recentemente a partir dessa nova visão foi em relação à famosa sacolinha plástica. Muito comum no Brasil, virou alvo de ambientalistas, que, não sem razão, a trataram como vilão a ser combatido. Imagens nada agradáveis de rios transbordando sacolinhas plásticas circularam – e ainda circulam – intensamente na internet e na televisão.

Como o primeiro passo rumo a um país menos poluente é a conscientização, começaram rapidamente a surgir campanhas para esclarecer a população sobre os riscos do uso abusivo das sacolinhas. Em 2008, a Associação Paulista de Supermercados (Apas), entidade que presido há quatro anos, firmou um compromisso com representantes da indústria de plásticos para reduzir em 30% o seu consumo no país, através do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. Nas cidades como Guarulhos, Piracicaba e Jundiaí, que proibiram o uso das sacolas plásticas, ajudamos as redes de supermercados a se adaptarem à nova realidade. Também tentamos convencer o poder público da necessidade desse tipo de discussão.

A Apas, a partir do sucesso da campanha das Sacolas Plásticas, passou a colocar a sustentabilidade como uma de suas principais bandeiras. Tanto que, recentemente, representantes da prefeitura paulistana nos procuraram a fim de firmar uma parceria. Preocupados com as enchentes e com os danos provocados pela chuva, a administração municipal resolveu incentivar o cumprimento de leis que estabelecem a manutenção de pelo menos 15% de áreas não-impermeabilizadas em estacionamentos. Nossa tarefa seria ajudar os estabelecimentos a ajustarem sua conduta, intermediando inclusive iniciativas compensatórias, já que em alguns casos poderiam ser plantadas árvores e em outros, quando os estacionamentos forem no subsolo, poderiam ser construídas “piscininhas”, para armazenar a água e escoá-la lentamente para o subsolo.

Outras parcerias com a prefeitura já estão em funcionamento, com sucesso, como é o caso dos ecopontos, locais de coleta de produtos de difícil descarte pela população como eletrodomésticos.

Esses são exemplos de iniciativas que buscam atender às novas necessidades do planeta, das cidades e dos consumidores. Trabalhar para um ambiente ecologicamente mais saudável não se faz apenas denunciando o que não vai bem, mas colocando em prática as boas ideias que contribuem para melhorar a situação. Mostrar àqueles que ainda não enxergam a urgência de novos hábitos e dar àqueles que já sabem alternativas possíveis é fundamental para avançarmos em direção à sustentabilidade.


João Sanzovo Neto – Administrador de empresas e presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas)
jsanzovo@apas.com.br

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