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Conteúdo 23 de setembro de 2008

Vento amarelo no comércio internacional (6)

Brasil e China estão em situações antípodas, no globo terrestre. Mais que um desafio logístico para os negócios, pode ser esta uma grande oportunidade para os dois países-continentes. E é disso que tratamos agora.

Para o Brasil, colocar os pés no mercado asiático representa um grande esforço para as empresas. Não é apenas a barreira lingüística/cultural, mas o simples fato de que deslocar uma equipe de vendas brasileira para a China não é o mesmo que fazê-lo para o Chile ou a Argentina. São muitas horas de viagem, via terceiros países, algo desgastante mesmo para o viajante mais contumaz. Agora, imaginemos o inverso: a China estabelecer negócios com o Brasil implica no mesmo desafio logístico, lingüístico, cultural.

Então, por que não pensarmos diferente, como uma grande oportunidade para os dois países? O Brasil, uma plataforma de negócios para os chineses. A China, uma plataforma de negócios para os brasileiros. Ambos, em estreita parceria, trocando informações, experiências culturais, ajudando-se mutuamente. Um centro de negócios chinês, com a mais avançada infra-estrutura, funcionando no Brasil. E um centro de negócios brasileiro, também com tecnologia de ponta em comunicações, funcionando na China.

Muito mais do que adidos de negócios nas embaixadas. Muito mais do que câmaras de comércio promovendo esporádicas missões comerciais. A idéia é uma estrutura digna do gigantismo dos dois países. Com representantes de todas as instâncias econômicas de ambos, em diálogo intenso, para aparar as inevitáveis arestas culturais. Com o estado-da-arte em teleconferências. Com cursos para treinamento de forças de vendas. Com toda a informação necessária aos negócios nos respectivos hemisférios. Informação atualizada em tempo real. Aglutinando tudo o que for necessário para a concretização dos negócios, inclusive apoio técnico em termos de logística de transportes. Preparada para trabalhar com um completo porta-a-porta e consolidação plena de cargas, otimizando os resultados para viabilizar todos os negócios.

E tudo isso proporcionado ou apoiado pelos respectivos governos, com custos acessíveis para que mesmo o pequeno empresário do interior de cada país possa chegar com a idéia e a disposição e sair com a venda efetuada e o dinheiro no bolso. Ou a compra, se sua necessidade for importar.

E não se fala aqui em comércio bilateral. Que também deve ocorrer, mas não em termos de exclusividade ou mesmo de predominância. A idéia é que os brasileiros facilitem aos chineses os negócios em todo o hemisfério ocidental, e os chineses façam o mesmo, abrindo as portas do Oriente ao empresariado brasileiro.

Veremos melhor, na próxima coluna, de que forma toda essa estrutura se paga em termos de vantagens para os respectivos governos e povos. Por hora, basta lembrar que ao facilitar negócios para os chineses nas Américas, o Brasil entra com empresas parceiras para viabilizar armazenagem e transporte terrestre, serviços bancários, até mesmo na divisão e reembalagem das cargas com vistas ao consumidor final. O mesmo terão os chineses, ao funcionarem como plataforma para os negócios brasileiros.

Bem se vê que a idéia toda não é apenas uma saleta com algumas cadeiras, uma mesa e um telefone…
 

Carlos Pimentel Mendes é jornalista e edita o site Novo Milênio: pimentel@pimentel.jor.br

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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