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Conteúdo 23 de março de 2009

Entidades discutem importância do Projeto Porto 24 Horas







Com os pátios de estocagem de contêineres nos termi­nais “molhados” cada vez mais congestionados, são necessárias ações urgentes para não prejudicar o fluxo de carga e melhorar a qualidade do serviço.

Uma das soluções defendidas pelo Comus – Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Fone: 11 3244.3500), pela ACSP – Associação Comercial de São Paulo e por representantes do setor é o projeto Porto 24 Horas, que prevê a realização inin­terrup­ta de operações portuárias durante todo o dia, nos sete dias da semana.

O Comus elegeu este pro­jeto como tema central de suas atividades no período de 2008/2009, realizando reuniões de trabalho para discutir os entra­ves a serem superados. Só no ano passado foram 11 reuniões exclusivas sobre o assunto.

 
Benefícios do Porto 24 Horas em Santos

 

O Comus destaca que a efetiva implementação do Porto 24 Horas garantirá maior fluidez da movimentação de contêineres no complexo portuário santista, formado pelo Porto, suas vias de acesso terrestre, bem como pelas instalações e áreas do retroporto. A consecução desse objetivo envolve, entre outros, aspectos de:

 Maior articulação operacional de exportadores, importadores, transportadores rodoviários, operadores de terminais de contêineres vazios (depots), operadores portuários e armadores;

Preparação e educação de exportadores e importadores no sentido de ajustarem a programação do embarque e do desembarque de suas cargas de maneira mais sincronizada com as saídas e chegadas de navios, de tal forma que os pátios portuários da zona primária (terminais “molhados”) sejam utilizados como locais de trânsito de contêineres cheios; e

Horários ininterruptos de trabalho dos órgãos anuentes, como, por exemplo, a ANVISA, a Polícia Federal e a SRF, a fim de assegurar a liberação contínua de navios para carga e descarga e despachos contínuos de mercadorias de exportação e importação.

 
 
 

Na reunião que aconteceu no último dia 12 de fevereiro, na ACSP, foi promovido um debate sobre a implementação na Baixada Santista do Projeto Porto 24 Horas sob a ótica dos depots de contêineres vazios, destacando as perspectivas de racionalização de processos e procedimentos inerentes à operação desses recintos.

O Porto de Santos foi res­pon­sável, em 2007, pelo escoa­men­to de 27% do valor das exportações e 23% do montante das im­porta­ções brasileiras. Portanto, o Comus acredita que o funcionamento contínuo do Porto é funda­mental para assegurar ganhos de pro­­du­­tividade das instalações portuá­rias, aumentando a ca­pa­cidade de movimentação de cargas e permitindo a redução de custos operacionais em nível de opera­dores ­portuá­rios e armadores, amplian­do-se, dessa forma, as perspectivas de redução de preços de serviços logísticos para expor­ta­dores e importadores, incluindo fretes marítimos e THCs.

Pelos dados da movimentação de contêineres em Santos, de 2001 a 2007, é possível observar a importância das operações ininterruptas. O total de unidades cheias e vazias movimentadas na navegação de longo curso e ca­bo­­ta­gem cresceu 184%, passando de 893 mil para 2,5 milhões de TEUs, do início ao fim do período.

A análise desses dados revela, ainda, que a consignação média por atracação, em contêi­neres por navio operado, cresceu 82%, de 392 TEUs, em 2001, para 714 TEUs, em 2007. De acordo com o Comus, esse resul­tado mostra a importância crescente de os terminais “molha­dos” contarem com capacidades dos pátios de estocagem de contêi­neres cada vez maiores, para que seja possível realizar as operações de pré-estivagem das unidades a serem embarcadas e acomodar as que serão desem­bar­cadas. Essa condição deve ser obser­va­da para assegurar as cadências (pranchas) das ope­rações de carga e descarga nos berços em níveis compatíveis com as características tecno­ló­gicas dos guindastes de terra ou a bordo dos navios, avalia o Comitê no folheto explicativo do projeto Porto 24 Horas.

Abrindo o encontro, José Cândido Senna, coordenador executivo do Comus, fez um resumo das outras reuniões para situar os participantes e salien­tou a importância do foco nos contêineres: “o filé mignon das cargas”. Para que o projeto funcione corretamente, o pro­­­fis­sional revelou a necessidade de investimento em Tecnologia da Informação, a fim de se ter uma gestão melhor dos fluxos de movimentação, sin­cro­nizados com a chegada dos navios. “Há custos envolvidos pela morosidade das operações. Na carga e descarga, o tempo é muito importante, pois ele impacta no valor do frete”, disse.

Também foi revelado que o Sistema Anchieta-Imigrantes, segundo a Ecovias, possui trân­sito livre das 20 às 6 horas, horário que poderia ser apro­vei­tado para o transporte de merca­dorias até o Porto de Santos.

 
 
Principais ­solicitações do mercado

Padronização de ­procedimentos de entrega e retirada de contêineres vazios;

Solução para problema de cobranças de avarias de terceira parte (TPL) pelos depots;

Extensão do horário de atendimento;

Diminuição das filas e tempo de espera para carga e descarga.

Fonte: ABTTC

 
 
 

Presentes na reunião, Marcelo Nobre e Claudia Celita Gonzáles, vice-presidentes da ABTTC – Associação Brasileira das Em­pre­sas Transportadoras de Contêi­ne­res e Terminais Retro­por­tuários, falaram sobre a polêmica questão da remuneração do funcionário nas horas a mais trabalhadas para atender ao projeto. “Como um todo, é preciso regulamentar o trabalho das empresas que atuam com contêineres vazios, para nivelar o serviço”, disse Nobre. Isso porque, lembrou na ocasião Marcelo Rocha, presidente do SINDISAN – Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista, empresas de má qualidade ofe­re­cem serviços mais baratos e acabam prejudicando as idôneas, que podem sair do mercado.

Sobre a informatização dos processos, Rocha disse que é preciso favorecer a modernização com ressalvas. Segundo ele, o problema só foi transferido, de filas físicas para filas virtuais. “Oito horas é muito pouco tempo para trabalho em um terminal de contêineres”. Claudia concordou que, além da melhora no agenda­mento, é necessária uma melhora contínua.

Pela análise de Osvaldo Freitas Vale Barbosa, superintendente de Fiscalização de Operações da Codesp – Com­panhia Docas do Estado de São Paulo, também compondo a mesa na reunião, todos estão perdendo com a situação atual dos portos. “É preciso eliminar as filas e reduzir preços. Temos que nos unir para alcançar os objetivos”.

Outro importante projeto comentado no encontro foi o PSP – Porto Sem Papel, que estabelece um documento virtual único para processar e distribuir, em tempo real, as informações necessárias ao funcionamento do setor. Ele integra os órgãos e os ministé­rios envolvidos e reduz os custos operacionais. “O PSP vai agilizar muito a cadeia logística”, aposta Claudia.

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