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Conteúdo 10 de agosto de 2002

A visão futura do armazém

Germano M. Correia

As empresas interessadas em aumentar a sua participação no mercado estão procurando reduzir, constantemente, os seus custos operacionais e de investimento. Se falham nesta ação, correm o risco de perder espaço para os seus concorrentes que, pelo seu lado, trabalham arduamente no sentido de ganharem este espaço.

No custo total da logística de uma empresa, podemos destacar o transporte e a armazenagem como os seus componentes mais importantes, representando cerca de 70% desse custo. Ambos devem ser analisados e avaliados em conjunto, pois o aumento deve representar o decréscimo do outro, de forma a termos o menor custo total.

Assim, ao considerarmos a atividade de armazenagem é necessário considerar investimentos em edifício, instalações, equipamentos e estoques, além das despesas operacionais e do pessoal. O sucesso de um armazém resulta, fundamentalmente, do seu projeto construtivo e dos equipamentos previstos, pois estas decisões irão condicionar todos os demais fatores operacionais e de custos.

Um “Centro de Distribuição”, “Armazém” ou “Almoxarifado” com o menor custo por unidade de espaço ocupado terá o maior potencial para reduzir todos os demais componentes de custo. Por exemplo, um armazém mais largo do que o necessário somente irá provocar um maior gasto em movimentação. O resultado? Maiores despesas com pessoal e equipamentos, além dos investimentos maiores do que seriam necessários para um prédio menor, que armazenaria o mesmo volume de produtos, com melhor processamento e melhor aproveitamento do espaço.

Embora o armazém ideal não seja precisamente um armazém, onde temos usualmente itens que giram muito pouco, itens inexpressivos e pequenas partes e peças de produtos, as empresas se empenham em reduzir constantemente seus armazéns, com forma de reduzir seus custos e agregar valor aos seus produtos.

Devemos transformar, então, o armazém tradicional de pura e simples estocagem num setor crítico do processo logístico, realizando ali algumas etapas produtivas, como montagem final de produtos, bem como realizar atividades dinâmicas do fluxo logístico, como separação automática de vários produtos para atendimento aos pedidos dos clientes, preparação para embarque, embalagem de transporte e mesmo o carregamento automático na doca de embarque e despacho do veiculo de transporte para o cliente.

Ingredientes

Para tanto, indicamos a seguir uma lista de ingredientes importantes no novo ambiente do armazém, que permitem direcionar as decisões executivas na convergência necessária às estratégias competitivas das empresas:

1. Os novos armazéns devem ser projetados de forma modular, para que permitam o seu crescimento futuro, acompanhando o crescimento efetivo dos produtos da empresa. Espaços ociosos para eventuais crescimentos são um desperdício e um custo real desnecessário. O crescimento modular, entretanto, deve ser muito bem planejado para evitar ruptura no fluxo lógico dos módulos existentes.

2. Muitos armazéns funcionam melhor quando dotados de um conjunto de técnicas e ferramentas como automação completa, semi-automação, baixa automação e operação manual. Esta combinação de metodologias deve estar ligada às diversas demandas dos itens, bem como aos diversos tipos de contenedores. Assim, um armazém deve ter um conjunto de famílias de itens cujas características definirão os equipamentos ideais.

3. A correta utilização do espaço do armazém é vital para a otimização do investimento, das despesas operacionais e folha de pagamento. O espaço de estocagem que abriga precisamente os contenedores cheios a ele destinado reduz a perda de 50% quando colocamos um contenedor cujo tamanho é metade do espaço ocupado ou então está meio lotado.

4. Virtualmente, todo armazém pode sofrer uma reorganização física e encolher o espaço ocupado, o que representa um benefício. Uma forma de conseguir este benefício é estabelecer zonas de freqüência de atividades, localizando itens de alto giro de processamento e dotando esta área de equipamentos para altos volumes.

5. Embora sejam práticas, programações de longo prazo incluem normalmente grandes estoques médios, o que pode comprometer a estrutura de armazenagem. Isto pode ser eliminado pelo trabalho contínuo junto aos fornecedores e clientes, no sentido de reduzir o “lead time” de suprimento e os lotes de movimentação e aumentar o numero de transações no armazém. Desta forma, podemos reduzir o tamanho do armazém.

6. Os armazéns que são projetados para receber, preparar ordens e embarcar produtos 24 horas por dia são aqueles que melhor utilizam o investimento em instalações e equipamentos.

7. Espaço reservado para alguma ocorrência imprevista, expansão a longo prazo e picos sazonais são as causas mais freqüentes para que o armazém tenha uma capacidade maior que o necessário. Os projetos modulares de armazéns que permitem uma rápida ampliação sem solução de continuidade das operações e o aluguel de instalações temporárias são duas soluções eficientes para eliminar perdas com estocagem.

8. Filas de caminhões aguardando carga ou descarga aumentam o custo do transporte. Portanto, novos equipamentos, práticas e procedimentos para reduzir esses atrasos são os novos elementos essenciais à eficiência da cadeia logística.

9. Um fluxo de única direção através do armazém pode representar um falta de flexibilidade do layout. O melhor layout usualmente tem a entrada e a saída na mesma doca, permitindo que itens de alto volume tenham o seu ponto de recebimento e despacho bem próximos.

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