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Conteúdo 16 de novembro de 2009

Biodiesel é a bola da vez

Quando se pergunta qual a tendência em combustível, a resposta é rápida: biodiesel.

Quem fala, primeiramente, sobre o assunto é Domingos Carapinha, gerente de perfor­man­ces e emissões da MWM Interna­­tional (Fone: 11 3882.3200), fabricante de motores a diesel.

No Brasil, a porcentagem de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado vem crescendo. Em julho deste ano, o percentual mínimo obrigatório de 3% mudou para 4%. A partir de 2010, por determinação do PNPB – Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel, será obrigatório no Brasil o B5, que é a mistura de 5% do combustível vegetal com 95% de diesel.

Segundo o profissional, a tendência ao aumento do uso do biodiesel é justificável porque sua produção favorece a distribuição de renda, além de atender ao apelo ambiental em relação ao efeito estufa.

Quanto à polêmica de que estimular o uso de biocombus­tí­veis pode prejudicar a produção de alimentos, Carapinha declara que estudos já provaram que o Brasil tem área suficiente para todas as plantações. Mais um ponto positivo para o combustível vegetal.

O gerente de performances e emissões da MWM também diz que o governo tem investido no maior uso da mistura através de normas. A última resolução relativa à nova fase do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi aprovada no ano passado pelo Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Referente a veículos pesados a diesel, a P-7 estabelece limites mais restritivos para a emissão de poluentes. Ela contempla uma compensação, a ser imposta à indústria automobilística, que prevê a implemen­tação do óleo diesel S10 (cinco vezes menos poluente que o S50). A medida, que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012, também prevê a redução da quantidade de enxofre e o aumento da quantidade de cetano, menos poluente.

Para Carapinha, se de um lado os órgãos responsáveis estão investindo em leis para diminuir a emissão de gases poluentes, de outro, as fabricantes de motores fazem a sua parte na adaptação de seus produtos para atender aos clientes. O que traz expectativas de crescimento no segmento.

“A regulamentação auxilia na melhoria da qualidade do combus­tível e, com isso, os motores vão poluir menos. Também há a oportunidade da liberação da venda de carros movidos a diesel, que aguarda aprovação”. Com isso, a produção de motores tende a aumentar ainda mais.

Outra novidade que está esquentando este mercado é a descoberta da camada de pré-sal na Bacia de Santos, que promete maior disponibilidade de com­bus­tível. “Mas é preciso analisar se o petróleo localizado é pesado ou leve. Se for leve, é de melhor qualidade, exigindo menos no processo de refino”, explica o gerente de perfor­man­ces e emissões da MWM. “Com o excedente, o Brasil poderá se tornar um grande polo de exportação”, aponta.

Cummins aprova uso do B20

Embora somente a partir de 2010 passe a ser obrigatório o uso do B5 no Brasil, a Cummins (Fone: 0800 123300), que já havia certificado a utilização da mistura em 2006, obtendo êxito em 400.000 km de rodagem sem que houvesse falhas, acaba de liberar o uso do B20 (20% de biodiesel) para todos os motores que forem fabricados após a aprovação da mistura.

A companhia afirma que o desenvolvimento do novo com­bus­tível demandou ensaios de laboratórios para análise de características físico-químicas, testes de desempenho e de emissões de gases, testes de durabilidade em dinamômetro e de durabilidade em campo. Durante os testes foram utilizados 500.000 litros de B20, em quase dois milhões de quilômetros de rodagem em caminhão, 1.250 horas em grupo gerador e 2.000 horas em dinamômetro.

De acordo com o gerente executivo de marketing e engenharia de clientes da Cummins, Luis Chain Faraj, a grande vantagem do biodiesel, que é uma fonte renovável de energia, é que ele tem maior poder de lubrificação e não contém enxofre, o que diminui os níveis de emissões de gases e de material particulado da mistura. Outro ponto a ser destacado, segundo ele, é que os testes com o B20 acusaram um consumo de combustível praticamente igual, se comparado ao uso do diesel convencional nos motores Cummins.

Todavia, Luis Pasquoto, diretor geral da Unidade de Negócios de Motores da empresa, observa a importância de os usuários verificarem junto aos fabricantes de veículos e equipamentos se os motores que utilizam estão aptos a receber o B20. “Se o motor não estiver liberado para o uso deste combustível, poderá sofrer impactos nos tanques de combustível, nas mangueiras e em outras partes”, alerta.

Com autorização da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, já é possível até mesmo desenvolver o B100, que é o biodiesel puro. E a Cummins já está trabalhando nesse sentido: “estamos realizando testes com B100, os quais até agora demandaram cerca de 20.000 litros e 250 horas em grupos geradores da empresa, como parte dessa fase inicial de certificação”, revela Marco Rangel, diretor da Cummins Filtration, uma das divisões da companhia.

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