Cabotagem ganha espaço
Em meio aos seus efeitos negativos, as crises econômicas com frequência apontam para soluções que acabam se transformando em bons negócios, com vantagens gerais. Desta vez não é diferente. As turbulências globais diminuíram os fluxos do comércio exterior, e justamente aí se abriu uma outra alternativa: o aumento do transporte de mercadorias entre os portos brasileiros, pois que, entre estes, o movimento não sofreu a redução verificada nas rotas internacionais, de nível bastante acentuado em muitos casos.
A Aliança Navegação, uma das principais do País, está colocando navios maiores nas linhas de cabotagem, onde já tem dez embarcações em operação. A Log-In está igualmente investindo no setor, e já encomendou cinco novos navios, que circularão não só entre os portos nacionais, mas atingirão também o Mercosul. Nada mais natural. Afinal, o Brasil é um país de dimensões continentais, e as grandes distâncias poderiam ser cobertas por navios, em condições de total segurança e com fretes mais baratos que os cobrados pelo modal rodoviário, hoje amplamente predominante entre nós.
Recorde-se, a propósito, que já tivemos, décadas atrás, uma vasta rede de cabotagem, a qual acabou sensivelmente esvaziada em razão da falta de uma política racional no transporte de cargas. Agora que o segmento dá provas de revitalização, cabe esperar, portanto, que tal aconteça de forma permanente.
Fonte: A Tribuna