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Conteúdo 24 de outubro de 2023

A logística precisa avançar na jornada de inclusão, sustentabilidade e governança

A logística sustentável e responsável é um compromisso com o futuro que precisa avançar imediatamente. Em constante ascensão em todo o mundo, é tendência que transcende setores e indústrias. Empresas e organizações são desafiadas a adotar práticas alinhadas aos princípios ESG (Ambiental, Social e Governança), e isso inclui a indústria da logística.

Hoje, mais do que nunca, é essencial que o setor reconheça a necessidade de se envolver ativamente, até porque a logística desempenha um papel fundamental em nossa economia, ao assegurar que produtos cheguem aos consumidores finais de maneira eficiente e eficaz. No entanto, esse processo frequentemente envolve desafios significativos em três áreas-chave: o meio ambiente, a inclusão social e a governança. Portanto, a abordagem ESG na logística é um caminho essencial.

Nesse contexto, nossos olhares não podem perder de vista um guia mestre e referencial na gestão, responsabilidade social corporativa e contribuição com a sociedade.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, plano que indica 17 objetivos e 169 metas para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, e promover a vida em todos os lugares. A continuarmos no cenário atual, mais de 840 milhões de pessoas serão afetadas pela fome até 2030. Hoje, mais de 135 milhões de pessoas sofrem com fome aguda, vivendo com menos de US$1,50 por dia.

A questão ambiental se concentra na necessidade de reduzir o impacto das operações logísticas, que tem influência direta nas emissões de carbono, seja pelo transporte de mercadorias ou pelo uso de recursos naturais em suas operações. Adotar práticas sustentáveis significa reduzir a pegada de carbono, promovendo eficiência e transição energética nos modais de transporte e uso de veículos de baixa emissão, além de estimular a colaboração entre os elos, para reduzir ociosidades (que não são poucas), compartilhando e otimizando rotas de transporte. Mas não é tudo: o uso irregular do solo, o desenvolvimento não planejado, a expansão urbana desordenada e a conversão de áreas naturais em áreas urbanas, agrícolas ou industriais são fatores significativos que contribuem para o grande problema do aquecimento global.

Inclusão, diversidade e equidade de gênero estão na dimensão social da ESG. A logística é um setor que tradicionalmente tem uma grande participação de homens, mas é fundamental o propósito de mudar esse cenário. A promoção da diversidade de gênero e a criação de oportunidades iguais para todos, não são apenas questões de justiça, mas também fatores que contribuem para uma força de trabalho mais rica e criativa. Além disso, a inclusão de diferentes perspectivas contribui para a tomada de decisões mais robustas e aprimoradas.

A diversidade é um dos princípios fundamentais da abordagem ESG. Isso inclui reconhecer e respeitar as escolhas pessoais de cada funcionário em relação à sua identidade, crenças, orientação sexual e outras características pessoais. Ninguém deve ser submetido a discriminação ou tratamento injusto com base em sua individualidade. Promover a diversidade e evitar a intolerância também oferece benefícios tangíveis às empresas de logística. Um ambiente inclusivo atrai e retém talentos, melhora a criatividade, a resolução de problemas e a inovação. Colaboradores que se sentem respeitados e valorizados têm maior motivação e satisfação no trabalho, o que se reflete positivamente na produtividade e na qualidade do serviço.

A promoção da diversidade enriquece a força de trabalho, trazendo perspectivas e experiências variadas para o ambiente. Quando as empresas acolhem essa diversidade, elas se tornam mais inovadoras, adaptáveis e representativas da sociedade como um todo. Além disso, respeitar as preferências individuais é um dever ético que deve ser parte integrante da abordagem ESG na logística.

Já a governança é o pilar basilar que se concentra na transparência, na responsabilidade e na ética nos negócios. As empresas de logística devem adotar sistemas de governança e de integridade sólidas que respeitem a regulação, fiscalização e máxima atenção na essência das pessoas. Isso não só melhora a reputação da empresa, mas também aumenta a confiança dos clientes e investidores.

Não é apenas o setor de logística que deve abraçar a abordagem ESG, mas também os profissionais e líderes que trabalham nele, que desempenham um papel crítico na implementação e no avanço dessas práticas. Eles têm o poder de inspirar a mudança em suas organizações, promovendo a sustentabilidade, a inclusão e a governança responsável em suas operações diárias. Isso envolve não apenas adotar novas tecnologias e processos mais eficientes em termos de recursos, mas também defender práticas de contratação inclusivas e promover ambientes de trabalho onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente de seu gênero, raça ou origem.

Portanto, é fundamental que a logística não seja apenas um facilitador de movimentação de mercadorias, mas também um catalisador de mudanças positivas. As empresas de logística e os profissionais do setor que adotam a abordagem ESG estão moldando o futuro de maneira responsável e eficaz, demonstrando que a busca por lucro deve e pode ser equilibrada com a responsabilidade social e ambiental. A jornada ESG é contínua, e cada passo em direção a práticas mais sólidas é um alento na direção de um mundo melhor para todos.

A Abralog está trilhando esse caminho. Neste ano, cinco meses depois de criar o Conselho Estratégico ESG Abralog, a entidade realizou sua I Semana ESG, centelha para que as empresas adiram aos três pilares, para que fortaleçam sua resiliência, e contribuam para sociedades mais justas e equitativas. Quando abraçou essas questões, a I Semana, realizada de 3 a 5 de outubro de 2023, transformou-se em uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento sustentável em todos os níveis. Demos o primeiro passo de muitos, pois ESG não tem fim.

Pedro Moreira Pedro Moreira

Presidente da Associação Brasileira de Logística – Abralog. Formado em Engenharia Industrial, Tecnologia de Alimentos, possui MBA em Gestão de Negócios, Inovação e Empreendedorismo pela FIA, além de vários cursos de especialização no Brasil e Exterior, entre eles o de Formação de Executivos, no Insead Business School – European Center for Executive Development. Tem mais de 30 anos de jornada em logística e cadeia de suprimentos, atuando em vários setores e indústrias. Também é diretor da CNT – Confederação Nacional do Transporte e do Departamento de Infraestrutura da FIESP.

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