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Conteúdo 23 de abril de 2024

Benchmark, de Dentro para Fora

 

Num mercado cada vez mais competitivo e globalizado, a otimização da cadeia de abastecimento se tornou um fator crucial para o sucesso. Nesse contexto, o benchmark surge como uma ferramenta poderosa para identificar as melhores práticas do setor e impulsionar a excelência operacional.

 

O que é benchmark?

 

O benchmark consiste em um processo sistemático de comparação de processos, produtos e serviços com os de outras empresas, buscando identificar as melhores práticas e oportunidades de melhoria. No contexto da cadeia de abastecimento, o benchmark permite que as empresas avaliem seu desempenho em diversas áreas, como:

– Gestão de estoques: Níveis de estoque ideais, indicadores de rotatividade, acurácia do inventário e utilização de sistemas de gestão.

– Logística: Níveis de serviço, prazos de entrega, custos e eficiência das rotas.

– Compras e negociação: Estratégias de seleção de fornecedores, poder de negociação, custos de aquisição e gestão de contratos.

– Tecnologia: Adoção de softwares de gestão da cadeia de suprimentos, automação de processos e integração entre sistemas.

– Sustentabilidade: Práticas de consumo consciente, redução de emissões de carbono, otimização do uso de recursos e gestão de resíduos.

 

Benefícios do benchmark:

– Melhoria da performance: Identificação de pontos fracos e oportunidades de otimização.

– Redução de custos: Com estoques, transporte, compras e outros processos.

– Aumento da eficiência: Otimização dos processos e aumento da produtividade.

– Melhoria da competitividade: Maior capacidade de competir no mercado com base na eficiência da cadeia de abastecimento.

– Inovação: Identificação de novas tecnologias e práticas inovadoras para otimizar a cadeia de abastecimento.

 

Tipos de benchmark:

– Interno: Comparação entre diferentes departamentos ou unidades de negócio dentro da mesma empresa.

– Competitivo: Comparação com empresas do mesmo setor ou segmento de mercado.

– Funcional: Comparação com empresas de diferentes setores que possuem processos semelhantes.

– Genérico: Comparação com empresas de diferentes setores que possuem práticas de excelência em gestão.

 

Como realizar:

  1. Definição do foco: Selecionar os processos que serão objeto do benchmark.
  2. Identificação das empresas de referência: Buscar empresas que se destacam pelas boas práticas na área escolhida.
  3. Coleta de dados: Coletar informações sobre os processos e indicadores de desempenho das empresas de referência.
  4. Análise dos dados: Comparar os dados coletados com os da própria empresa e identificar as melhores práticas.
  5. Implementação das melhorias: Adaptar as melhores práticas identificadas à realidade da empresa e implementá-las na cadeia de abastecimento.

 

Na prática:

Dois temas são recorrentes em minhas conversas sobre benchmark com executivos da cadeia de abastecimento: a falta de detalhamento sobre nossa região e/ou indústrias específicas nos bancos de dados disponíveis e a dificuldade de interpretar dados de benchmark e, a partir dos mesmos, entender a própria performance.

Várias empresas enfrentaram problemas sérios nessas áreas, e minha sugestão costuma ser que provavelmente teriam melhores resultados iniciando com o processo internamente, passando para o benchmark externo depois de algum tempo.

Nas ocasiões em que fui responsável por benchmark, sempre olhamos antes para a cadeia de abastecimento como um todo, começando por uma análise comparativa da mesma num período de 3 a 5 anos e perguntando: Quais os melhores indicadores no período? E os piores? Por quê?

Com esses dados em mãos e os processos associados, geralmente acessíveis, é relativamente simples e indolor começar a entender de fato as métricas do SCOR® para a cadeia em questão.

Em seguida olhávamos para cadeias comparáveis no mesmo período, em outras regiões ou países. Novamente perguntávamos: Qual a melhor performance? E a média? Por quê?

Com o aprendizado desse processo interno, a interpretação de dados externos fica mais fácil e valiosa, pois ganhamos compreensão dos gaps e suas causas, determinando se são “reais” ou “artificiais”, consequentemente validando os dados externos disponíveis sobre a indústria.

Algumas das empresas com que trabalhei seguiram esse caminho, e o exercício trouxe excelentes resultados em termos de alinhamento de métricas, dando às equipes de Supply Chain forte compreensão de seu nível de controle e dos “drivers” de performance. Quando eles se voltaram para o benchmark externo, os dados foram muito mais úteis para compreensão de seu comportamento competitivo.

 

Conclusão: comece o benchmark com dados internos para que a equipe ganhe uma ampla compreensão das métricas de diagnóstico e só então passe ao benchmark externo. Você conseguirá resultados muito superiores do exercício que simplesmente comparando sua performance a referencias de mercado.

Elcio Grassia Elcio Grassia

Sócio Fundador e CEO da Nazar Systems, plataforma SaaS para digitalização da Cadeia de Abastecimento do Varejo Alimentar.

Vice Presidente da BSCA (Blockchain Supply Chain Association para o leste da América do Sul (Argentina, Brasil, Paraguay e Uruguay).

Sócio Consultor da Integrare Consulting, com foco em Logística e gestão da Cadeia de Abastecimento, tendo desenvolvido projetos para clientes como Ambev, Aqua Capital Partners, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Burguer King, Cacau Show, Carapreta Carnes Nobres, Comfrio, Consórcio Rio Energia,  FEMSA, FGV Projetos, Global Environment Fund, WalMart / Intelligrated, Mendes Junior, Novus, Radhakrishna Foodland, Secretaria de Logística do Estado de São Paulo, The Fifties e Vale, entre outros.

45 anos de experiência em Logística, Supply Chain, Operações, Gerência Geral e Desenvolvimento de Negócios em empresas como Havi Global Solutions, McDonald’s Brasil e América Latina, Martin-Brower Brasil e Nestle Brasil.

“Board Emeritus”, ex-Channel Partner e ex-membro do Global Research Committee da ASCM – Association for Supply Chain Management.

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