Crescimento, apesar da crise: sinais de retração começam pelas restrições ao crédito

Ainda atordoado pela violenta pancada recebida em função da crise na economia internacional, o setor financeiro brasileiro já está atrapalhando a vida de muita gente. Aguardando maiores definições sobre rumos a serem tomados pelos mercados, os bancos e agentes financeiros estão, neste primeiro momento, paralisando as atividades de concessão de crédito. É exatamente o que ocorre com o setor de implementos rodoviários, cujos fabricantes começam a sentir os reflexos da crise financeira dos Estados Unidos.
          
Rafael Wolf Campos, presidente da ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), afirma que os primeiros reflexos da crise mundial já foram sentidos por meio da maior dificuldade na obtenção de crédito pelos clientes no mercado financeiro. “Muitas indústrias estão com unidades prontas, aguardando faturamento, que está sendo prejudicado em função da retração do crédito pelos bancos, principalmente num momento de tanta volatilidade”, afirma.

Hora de cautela

Como a maioria das fábricas mantém boa carteira de encomendas, a preocupação dos empresários é “a manutenção das vendas necessárias para evitar uma diminuição no volume de produção e, conseqüentemente, ter de adotar medidas correspondentes a esta redução”, frisa Rafael Campos. Há temor de que haja uma rápida redução na mão de obra do setor caso não se encontre saída mais rápida para a crise.

“Precisamos manter a calma e analisar o mercado no médio e longo prazo”, observa o dirigente, ressaltando que a projeção de crescimento para 2008 está mantida. A indústria deverá crescer ao redor de 25%, principalmente devido ao bom desempenho registrado até o mês de setembro. No entender do presidente da ANFIR, os efeitos da crise internacional serão sentidos de várias formas no setor, tanto em termos de mercado interno como externo, e os empresários devem evitar decisões precipitadas.

Fonte: www.transpoonline.com.br