Lenha na fogueira da inflação

A pesquisa Focus, divulgada ontem (23) pelo Banco Central (BC), indica que a projeção para a inflação de 2008, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), voltou a subir e está agora 1,58 ponto percentual acima do centro da meta, de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A previsão para o índice passou de 5,8% para 6,08%. Para 2009, a projeção do IPCA subiu de 4,63% para 4,78% e também superou o centro da meta, que tem margem de tolerância de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Foi a 13ª alta consecutiva.

As estimativas de inflação pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para 2008 também avançaram. Esses índices calculados pela Fundação Getúlio Vargas indicam a elevação de preços também no atacado. A do IGP-DI subiu de 9,96% para 11,02%, enquanto a do IGP-M passou de 10% para 10,36%. Já a previsão para o IPC-Fipe, que mede a inflação no município de São Paulo, passou de 5,52% para 5,79% neste ano. Para 2009, a perspectiva para o IGP-DI passou de 5% para 5,03%. Para o IGP-M, permaneceu em 5%; e para o IPC-Fipe, em 4,5%.

Outros indicadores

Para a taxa de câmbio, no final deste ano, a projeção da pesquisa Focus caiu de R$ 1,70 para R$ 1,68 por dólar. Para o final de 2009, a projeção de câmbio ficou em R$ 1,77. Já para a taxa básica de juros, a Selic, o mercado financeiro manteve a estimativa de que ela chegará a dezembro em 14,25% ao ano. Para o fim de 2009, o mercado projeta a Selic em 13% ao ano – ela está atualmente em 12,25% anuais.

Quanto às estimativas referentes ao crescimento da economia, o mercado financeiro manteve a perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,8% em 2007. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do PIB ficou estável, em 4%.

Quanto à produção industrial, a projeção de expansão passou de 5,63% neste ano para 5,61%. Para 2009, permaneceu em alta de 4,5%. Com relação à balança comercial, a estimativa para o superávit em 2008 caiu de US$ 23,35 bilhões para US$ 23 bilhões. Para o próximo ano, a projeção de saldo caiu de US$ 15,61 bilhões para US$ 15 bilhões. Há um mês, os números eram, respectivamente, de US$ 24,9 bilhões e US$ 15,95 bilhões.

Já a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2008 teve ligeira redução, de US$ 34,15 bilhões para US$ 34 bilhões. Para 2009, a estimativa permaneceu em US$ 30 bilhões pela sexta semana seguida.
 

Fonte: www.dcomercio.com.br