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Conteúdo 17 de outubro de 2008

Mais crédito para exportador

Preocupado com o fato de que a farta liberação de dólares das reservas internacionais brasileiras não vem atingindo o objetivo de aliviar a falta de crédito para empresas exportadoras, o governo decidiu ontem dar ao Banco Central poderes para "carimbar" os recursos em moeda estrangeira, direcionando-os para o comércio exterior. A autoridade monetária já podia, desde a semana passada, oferecer empréstimos em dólares a bancos que apresentassem garantias em moeda estrangeira. Ontem, foi decidido que o BC poderá determinar que esses empréstimos sejam entregues obrigatoriamente a exportadores. Antes não havia essa vinculação.

"Nosso principal problema é a falta de liquidez, principalmente para financiar as exportações", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por meio de sua assessoria de imprensa. "As medidas anunciadas visam facilitar o acesso ao crédito de exportadores e empresas que possam estar tendo problemas de capital de giro."

A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que também reforçou a ajuda da instituições financeiras em dificuldades (leia mais nesta página).

Na manhã de ontem, Mantega e o presidente do BC, Henrique Meirelles, reuniram-se para avaliar a crise e a atuação do governo nela. A conversa transformou-se numa reunião do CMN – formado pelos dois e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que participou da conversa por telefone e aprovou as medidas.

Direção certa

Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as medidas vão na direção certa, mas ele disse que ainda vai demorar para o crédito voltar a fluir da forma habitual na economia. A possibilidade de o BC "carimbar" os empréstimos em dólar vai ajudar mas, na avaliação dele, seria melhor condicionar a liberação dos recursos dos depósitos compulsórios a essa finalidade.

Um economista de banco que não quis se identificar afirmou que os empréstimos em dólar direcionados aos exportadores vão ajudar a formar uma referência de preço para a moeda americana. Hoje não é possível fechar contratos, tamanha a variação das cotações. Por causa disso, os exportadores sequer estão sendo beneficiados pela alta do dólar. Ele concordou que a atuação do BC tem sido correta, mas disse que o "desempoçamento" do crédito desejado pelo governo dependerá das medidas de outros países.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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