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Conteúdo 17 de outubro de 2008

Mais que negociar, brasileiros querem conhecer o mercado chinês

"Não vim para fechar negócios, quero conhecer o mercado chinês para depois firmar os contratos". A frase do empresário Vítor da Rosa, proprietário de duas empresas metalúrgicas de Timbó, sintetiza o pensamento da maioria dos integrantes da missão brasileira, organizada pela Federação das Indústrias (FIESC), que visitam a Feira da Cantão, maior evento de negócios da China. Todos os cerca de 90 integrantes da missão estão conversando com potenciais parceiros comerciais e carregando muitas sacolas de prospectos para consultas posteriores.

Na quinta-feira (16) os participantes da missão já estavam mais familiarizados com o ambiente, mas ainda assim perplexos com o tamanho da feira. Para otimizar o tempo, eles passaram pelos setores de seu interesse e anotaram os números de estandes aos quais pretendiam retornar, para visitas mais demoradas.

Os proprietários da Seletron Distribuidora, de Blumenau, Denis Locatelli e Janete Klomfass, afirmam que se não fecharem nenhum contrato, ainda assim a viagem terá sido válida. "Não teremos nenhum sentimento de frustração", afirma Denis. Eles visitaram empresas que fornecem equipamentos de segurança eletrônica, área na qual atuam.

Quando se propõem a conhecer os negócios da China, os brasileiros não se limitam apenas aos setores onde já atuam ou apenas de interesse de suas empresas. "Peguei coisas que não são do meu setor, mas que alguém do meu lado pode precisar", explica Vitor. "Para o futuro, queremos desenvolver fornecedores", esclarece.

Fernandes Andretta, de Chapecó, representa mais de 300 filiadas ao Sindicato das Indústrias Mecânicas, Metalúrgicas e do Material Elétrico de sua região, que preside. "Vim para coletar informações e identificar oportunidades para as empresas associadas, mas minha principal recomendação será no sentido de que todas venham visitar e conhecer de perto o evento".

Grande parte dos integrantes da missão empresarial comandam empresas de até 150 funcionários e vieram à China pela primeira vez. João Lúcio Lopes Perim, um gaúcho que há 20 anos saiu de seu Estado para se tornar empreendedor em Tocantins, é um dos poucos que já realizaram negócios com empresas chinesas, mas apenas por meio de intermediários. "Já percebi que, se eu comprar direto, posso ter uma economia de até 30%, mas ainda é cedo para se falar em fechamento de contratos", salienta.

Olhar para outros setores é uma forma de compreender melhor o mundo dos negócios na China. É por isso que a grande maioria dos integrantes da missão confirmou participação nas visitas técnicas desta sexta-feira, dia 17, às fábricas de porcelanato Hongyu Enterprise e de ar-condicionado Gree.

Com 73 anos, catarinense percorre a Feira com disposição de menino – Aos 73 anos, Oswaldo Pereira, empresário do setor metalúrgico de Jaraguá do Sul, anda com uma disposição de menino pelos estandes da Feira de Cantão. Como muitos dos colegas que integram a Missão Empresarial brasileira, coordenada pela FIESC, Pereira não tem a preocupação básica de fechar negócios. "Primeiro quero compreender essa situação que envolve a China", afirma, referindo-se ao crescimento da participação chinesa no mercado internacional.

"Estamos sentindo na pele os problemas que esse crescimento vem causando às indústrias do mundo inteiro e quero ver como posso transformar essa dificuldade em alternativas de negócios", afirma o empresário, cuja empresa, de 65 funcionários, fornece alternativas de movimentação, armazenagem e, mais recentemente, produtos que melhoram a ergonomia dos ambientes de trabalho.

Para garantir uma boa comunicação, Pereira contratou o serviço exclusivo de um intérprete. Há 20 anos ele percorre feiras em todos os continentes, fazendo, em média uma viagem a cada dois anos. "Às vezes as viagens não nos adicionam mais conhecimentos, mas servem para nos mostrar que estamos tendo um desempenho de ponta", afirma.

Fonte: Revista Portuária – www.revistaportuaria.com.br

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