Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 4 de junho de 2008

Casa Civil favoreceu compradores da Varig

A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, que deixou o cargo em agosto de 2007 sob pesadas críticas e acusações durante a CPI do Apagão Aéreo, acusou a Casa Civil, em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", de favorecer a venda da VarigLog e da Varig ao fundo americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.

As acusações vêm à tona em meio a uma briga entre sócios da empresa de transporte aéreo de cargas VarigLog, relacionadas à venda da companhia aérea Varig, em 2006 e 2007. O fundo de investimentos americano Matlin Patterson e os sócios brasileiros Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo disputam na Justiça o comando da VarigLog.

Segundo o relato de Denise ao jornal, no bate-boca entre os sócios, surgiram histórias de tráfico de influência, abuso de poder pelo primeiro escalão do governo, acusações de suborno e a elaboração de um dossiê falso. O texto do "Estado de S.Paulo" relata que "as denúncias envolvem o Palácio do Planalto e o advogado Roberto Teixeira".

Denise conta que foi pressionada pela ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e pela secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, a tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e da Varig.

A ex-diretora, embora não fosse presidente da agência, era considerada a diretora mais forte, de acordo com a reportagem. Ela ficou conhecida por foto publicada em que aparece fumando um charuto no casamento da filha do colega de agência, Leur Lomanto, em Salvador, durante a criseno auge do apagão aéreo.

Como a lei brasileira proíbe estrangeiros de ter mais de 20% do capital das companhias aéreas, a diretora diz que queria documentos comprovando a origem de capital e a declaração de renda dos sócios brasileiros para verificar se tinham recursos para a compra.

"A ministra não queria que eu exigisse os documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil."

Denise diz que houve pressão para que a transferência de capital que regularizou a compra da VarigLog fosse aprovada. Segundo ela, a pressa na aprovação estava relacionada à compra da Varig pela VarigLog, em leilão realizado pouco tempo depois. "Se não aprovasse a transferência acionária da VarigLog, ela não existiria e não poderia participar do leilão", apontou. Com a aprovação, a VarigLog pôde levar a Varig por US$ 24 milhões. Mais tarde, a empresa foi revendida à Gol.

Quem representava os compradores da VarigLog e da Varig era o escritório do advogado Roberto Teixeira. Segundo Denise, a filha e o genro de Teixeira circulavam livremente na Anac e participaram intensamente do caso, apontando ter relações próximas com pessoas do primeiro escalão do Planalto.

 

Fonte: NewsComex

Enersys
Savoy
Retrak
postal