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Conteúdo 3 de junho de 2008

Chegou a hora de fortalecer o intercâmbio Brasil e o mundo Árabe

O Brasil e os países árabes precisam aproveitar o bom momento de suas economias para ampliar suas relações em diversas áreas. A afirmação foi feita ontem (2/6) pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr., durante reunião com embaixadores árabes realizada na sede da entidade em São Paulo.

“São duas regiões prósperas, em franco desenvolvimento. Precisamos aproveitar esse momento para fazer com que as relações políticas, econômicas e culturais se fortaleçam, para continuarmos a colher resultados positivos”, afirmou Sarkis. “O Brasil é hoje um dos destaques internacionais em termos de investimentos e produção, e o mesmo ocorre com as nações árabes”, acrescentou.

O encontro entre a diretoria da Câmara Árabe e o Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil serviu para fazer um balanço da situação do intercâmbio econômico, das ações de promoção quem têm sido realizadas e falar sobre as tendências futuras do relacionamento bilateral.

Sarkis destacou que a corrente comercial entre o Brasil e mundo árabe, que é a soma das exportações e importações, foi de US$ 13,4 bilhões em 2007 e, de janeiro a abril deste ano, já chegou a US$ 5,3 bilhões. “Os números já são bastante significativos, mas o potencial de comércio é muito maior”, afirmou. “E esse é o nosso desafio: fazer com que os números fiquem cada vez mais próximos dos nossos sonhos”, ressaltou.

Nesse sentido, ele destacou que uma das tendências do relacionamento bilateral a partir de agora é a diversificação da pauta, ainda muito concentrada em matérias-primas agrícolas e minerais do lado das exportações brasileiras e no petróleo e seus derivados do lado árabe.

Sarkis ressaltou também que a busca por oportunidades de investimentos recíprocos deve ser aprofundada por meio da abertura de escritórios de representação e a promoção de investimentos diretos, aquisições e aplicações no mercado de capitais.

Ele espera ainda que ocorra uma maior aproximação na área de logística, com a criação de mais vôos e linhas marítimas diretas entre o Brasil e os países árabes, além do aumento do fluxo de turistas e a ampliação da cooperação bilateral nos ramos de educação, cultura, tecnologia e comunicação.

Ações

Sarkis falou sobre as diversas ações que já foram realizadas pela Câmara Árabe este ano, como missões comerciais e participação em feiras de negócios; e sobre os eventos que ainda vão ser realizados este ano, como a presença da entidade nas feiras Hotel Show, de hotelaria em Dubai, Internacional de Argel, Internacional de Damasco, e Big 5 Show, de construção em Dubai, além da organização de missões comerciais e seminários no Brasil e no mundo árabe.

O encontro serviu também para os diplomatas apresentarem críticas e sugestões. A embaixadora do Marrocos, Farida Jaïdi, disse que gostaria de ver mais ações da Câmara em seu país. Sarkis pediu que a embaixada indique feiras que apresentem bom potencial de negócios para empresas brasileiras para que sejam incluídas no calendário da entidade.

O embaixador da Tunísia, Sefeddine Cherif, disse que a Câmara e os diplomatas devem se empenhar para facilitar o fluxo de pessoas entre as duas regiões. Apesar da Emirates Airline já ter um vôo direto entre São Paulo e Dubai, não há nenhuma linha aérea direta entre o Brasil e o Norte da África. “Temos que pensar seriamente nesse assunto”, declarou. Ele destacou ainda as oportunidades de investimentos na Tunísia e disse que as empresas brasileiras podem se beneficiar do acordo de livre comércio que o país tem com a União Européia.

Yousuf Ali Al-Usaimi, embaixador dos Emirados Árabes Unidos e decano do Conselho dos Embaixadores, falou sobre os incentivos para investir em seu país, como a isenção de taxas e facilidade na obtenção de informações pela internet.

Na mesma linha, o embaixador da Jordânia, Ramez Goussous, falou sobre as facilidades para investimentos estrangeiros em seu país e disse que o Brasil deveria buscar a assinatura de acordos para eliminar a bitributação do imposto de renda sobre os lucros obtidos pelas empresas no exterior. Farida acrescentou que é preciso sensibilizar o governo e o Parlamento brasileiro sobre essa questão.

Sarkis destacou que a Câmara Árabe tema conversado sobre o tem com autoridades brasileiras e que o secretário-geral da entidade, Michel Alaby, até já encaminhou ao governo um trabalho com sugestões sobre o assunto.

O vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara, Salim Schahin, destacou que o governo está empenhado em incentivar a internacionalização das empresas brasileiras por meio da aquisição de companhias no exterior. Nesse sentido, ele sugeriu que oportunidades do gênero sejam comunicadas à Câmara para divulgação.

Rahamtalla Mohamed Osman, embaixador do Sudão, disse que seu país gostaria de receber investimentos de empresas brasileiras especialmente nas áreas agrícola e de infra-estrutura. Ele sugeriu ainda a realização de uma feira para a promoção de produtos árabes no Brasil.

Já o embaixador da Argélia, M’hamed Achache, declarou que existem companhias de seu país interessadas em investir no Brasil, mas elas ainda não têm muita clareza sobre a realidade do mercado brasileiro.

Sarkis disse que a Câmara Árabe vai aprofundar o intercâmbio com as entidades co-irmãs no mundo árabe para ampliar o conhecimento dos empresários árabes sobre o Brasil. Michel Alaby acrescentou que a reunião anual das câmaras árabes no exterior será realizada no Brasil em 2009.

O embaixador do Catar, Jamal Nasser Al Bader, destacou que a próxima Cúpula América do Sul-Países Árabes vai ocorrer em seu país e disse contar com uma forte participação da Câmara. Sarkis lembrou que a entidade é parceira do Itamaraty na promoção de eventos empresariais paralelos à cúpula e com certeza terá uma presença forte no encontro.

Mais consultas

Ontem ainda, os diplomatas participaram de um seminário para empresários sobre as oportunidades de negócios e investimentos nos países árabes. No evento, Michel Alaby, ressaltou que o número de consultas comerciais feitas à Câmara por empresas brasileiras e árabes aumentou em 56% entre 2005 e 2007.

Participaram também das atividades de ontem o representante da Liga Árabe em Brasília, Bachar Yaghi, o embaixador da Mauritânia, N’ Diaye Kane, o encarregado de negócios da embaixada da Síria, Elias Bara, o cônsul comercial do Egito em São Paulo, Mahmud Mazhar, o presidente do Conselho Superior de Administração da Câmara Árabe, Willian Adib Dib, os vice-presidentes de Relações Internacionais e Marketing da entidade, Helmi Nasr e Rubens Hannun, os diretores Bechara Ibrahim, Mustapha Abdouni, Adel Auada e Toufik Sleiman, e o ex-presidente da Diretoria e do Conselho da Câmara, Walid Yazigi.

Fonte: ANBA

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