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Varejo 2 de dezembro de 2015

Gestão e capacitação são ainda grandes gargalos para os varejistas

Em evento realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), com cerca de 400 participantes no Espaço Fecomércio, em São Paulo, representantes da indústria, agentes de distribuição, parlamentares e entidades se reuniram para debater estratégias para enfrentar os desafios de 2016. O consultor e professor Nelson Barrizzelli, da Fundação Instituto de Administração (FIA), afirmou que o pequeno varejo continuará a ser desafiado pelas grandes redes; e esse desafio também vai atingir o agente de distribuição. “Ambos serão motivados a se modernizar”, disse na mediação do Painel Setorial, que integrou a programação do Encontro de Valor ABAD.

Trazendo uma visão sobre o varejo independente, também participaram do evento o Sebrae Nacional e  a consultoria GfK. Em sua apresentação, o diretor da GfK Marco Aurélio Lima mostrou uma pesquisa sobre o perfil do pequeno varejo alimentar, em um universo de 17 mil pontos de venda em todo o país. “É um canal que continua crescendo uma média de 6% ao ano, tanto em faturamento quanto em metro quadrado e SKUs. Portanto, é um empresário que continua otimista. Contudo, ele sabe que é preciso melhorar para concorrer com as grandes lojas”, disse.

Segundo Marco Aurélio, a gestão é o grande gargalo. Os pequenos varejistas gastam muito tempo comprando, e nem sempre compram bem. “Os agentes de distribuição têm uma importante função na profissionalização desse varejo, podendo ajudá-lo no gerenciamento de categorias, na gestão de vendas e gestão de estoques”, disse.

O presidente José do Egito destacou a importância do Varejo Competitivo da ABAD nesse sentido, cumprindo o seu papel de levar informação e profissionalizar o varejo.

Por sua vez, o gerente da unidade de atendimento setorial comércio do Sebrae, Juarez de Paula, falou sobre a campanha de movimento permanente “Compre do Pequeno”, que conseguiu a adesão de mais de 300 parceiros, entre eles a ABAD. Ele apresentou o pequeno negócio em números. Segundo ele, são 10 milhões de empresas no país (95% do total), responsáveis por 52% dos empregos formais, cerca de 17 milhões de postos de trabalho, e 27% do PIB.

Atacadistas

Também participaram dos debates representantes do setor atacadista distribuidor e da indústria. José Costa, da JC Distribuidora, apontou o desperdício que existe na cadeia, em especial o desperdício de tempo, com o trânsito das grandes cidades e a espera para descarga de mercadorias. Ele também observou que todas as operações do atacado podem crescer, mas é preciso deixar claro o propósito e os custos de cada um dos modelos. Ele acredita que, para os próximos anos, esse aprendizado deve nortear as ações do setor.

José do Egito lembrou que a retaguarda do varejo é uma preocupação da ABAD, tanto assim que a loja modelo da ABAD 2015 Fortaleza foi montada com doca e estoque. No ENACAB 2016 haverá, além da loja, um CD inteligente para ajudar o cliente varejista a ser mais eficiente. O presidente também mencionou que uma aposta promissora é a consolidação de cargas.

“A produtividade no Brasil não aumentou nos últimos 10 anos e quem não aumenta a produtividade precisa aumenta o preço”, disse o prof. Barrizzelli. Segundo ele, estudo realizado na USP mostrou que a economia com a consolidação de cargas chega a 40%.

Ricardo Roldão, do Atacadista Roldão, observou que hoje está de volta nas famílias o conceito de compra do mês ou compra de abastecimento. Segundo ele, o atacarejo (cash & carry) responde por 35% a 37% dessas compras. O cash & carry também é o maior fornecedor do food service, e é dessa forma que cumpre seu papel na cadeia.

Para Emerson Destro, do Destro Macro Atacado, a evolução dos relacionamentos para um patamar mais estratégico é necessária e deve acontecer ao longo de toda a cadeia, mas o varejo muitas vezes não tem condições tecnológicas e de gestão para acompanhar os agentes de distribuição e a indústria, algo que precisa ser sanado.

Indústria

Para falar pela indústria fornecedora e parceira do setor, o painel contou com a presença do vice-presidente de vendas da Nestlé, Ricardo Citrângulo. Segundo ele, o setor está em um processo de especialização e amadurecimento que deve ser aprofundado, em conjunto com a indústria. “Quanto mais especialistas formos, melhor vamos atender o varejo e mais sucesso teremos”. Ele avalia que em cinco anos o mercado mudou mais do que nos últimos 50 anos. A questão, para ele, é como mudar e poder obter resultados diferentes e melhorar a cadeira de abastecimento, fugindo dos paradigmas do passado.

Ao encerrar o painel, Barrizzelli lembrou que ali estava reunida a nata dos empresários agentes de distribuição e que esse grupo tem nas mãos o poder de fazer diferença, promovendo as mudanças necessárias ao setor.

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