Ministro faz estimativa sobre obras do PAC
O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que reuniu, na época do lançamento, R$ 504 bilhões em previsão de investimentos até 2010, já incorporou cerca de R$ 100 bilhões ao volume de obras, pelos cálculos do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Segundo ele, a estimativa de acréscimo, feita “por alto”, inclui obras importantes como o trem de alta velocidade que ligará São Paulo e Rio de Janeiro ao custo de US$ 14 bilhões. “O PAC tem o mérito de organizar as disposições de investimentos e nossa expectativa é que tenhamos um crescimento muito grande”, afirmou o ministro, para quem o projeto contribuirá para solucionar os gargalos de infra-estrutura e possibilitar o crescimento da produção industrial e agrícola no País nos próximos anos.
Além do trem de alta velocidade, Paulo Bernardo, que participou ontem, no Rio, de evento no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), citou também, como novas obras não previstas inicialmente no PAC, “quatro ferrovias ou trechos grandes de ferrovias que serão licitados”; aproximadamente 6 mil quilômetros de concessões rodoviárias, além de todos os investimentos ligados ao setor de petróleo e gás. “Com certeza vai chegar muito perto disso (dos R$ 100 bi)”, afirmou. Para o ministro, é apenas uma questão de tempo para que o Brasil possa desfrutar dos efeitos benéficos, na atração de novos investimentos, de ter sido promovido a “investment grade” (grau de investimento) em abril deste ano. “Nós fomos reconhecidos como grau de investimento num momento em que os mercados estão com muito menos liquidez, há um medo em relação a aplicações e investimentos e a enxurrada de dólares não aconteceu”, explicou.
Apesar do atraso, ele ressaltou que o País já recebeu US$ 34 bilhões em investimentos diretos no ano passado e deverá repetir este patamar em 2008. “Quando a crise amainar, os capitais vão voltar a buscar lugares seguros e o Brasil vai entrar muito forte na rota”, acredita. Um dos principais atrativos do País para investimentos hoje, segundo o ministro, está na estabilidade das regras. “Hoje temos regras estáveis, previsíveis, o que é muito importante para os investidores”, afirmou.
O ministro comentou também o déficit de US$ 17,4 bilhões em conta corrente divulgado pelo governo. Ele disse que não considera o resultado “como uma tendência irreversível”.
Fonte: Revista Ferroviária