Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 30 de janeiro de 2009

Para Mantega, juros altos dos bancos podem aumentar inadimplência

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou com exclusividade ao ‘Jornal da Globo’ sobre o aumento do "spread" bancário, a diferença entre o que o banco paga ao captar dinheiro e quanto ele cobra na hora de emprestar.

Desde o começo da crise, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fica o tempo todo de olho nos números da economia. E não se conforma com os altos juros cobrados pelos bancos.

“Eu acho muito negativo porque o Brasil continua praticando as maiores taxas de juros do mundo, e um dos responsáveis por isso é o ‘spread’ elevado”, diz o ministro.

"Spread" é a diferença entre o que o banco paga ao captar dinheiro e quanto ele cobra dos clientes na hora de emprestar.

Em um ano, o "spread" dos bancos nas operações de crédito para pessoas físicas passou de 31,9% para 45,1% ao ano, a maior taxa desde setembro de 2004.

“Isso é um absurdo. Não tem nenhum fundamento”, diz o ministro. Mantega também critica a decisão dos bancos de aumentar os juros dos empréstimos para empresas. “Você não pode aumentar o custo de financiamento pelas empresas, num momento em que a demanda cai. Então, deveríamos diminuir um pouco as ambições de lucro e fazer com que o industrial, o produtor, o consumidor possa ter acesso a taxas mais baixas”, afirma.

Os bancos alegam que as taxas têm que ser altas para compensar o perigo de calote, principalmente, nessa época de crise. Mas para o ministro da Fazenda é o contrário. Os juros altos cobrados pelos bancos é que podem aumentar a inadimplência.

“Ao cobrar uma taxa de juros mais elevada, você cria a inadimplência, dificulta ao cidadão de pagar a conta. Eu acho que essa política dos bancos é totalmente equivocada. É claro que leva a lucros elevados dos bancos, mas depois é um tiro no pé, porque se o cidadão depois ficar inadimplente, ele não vai pagar”, fala.

Estímulo à concorrência

Para enfrentar esse problema, o governo pretende estimular a competição no setor, reduzindo os juros oferecidos pelos bancos públicos. O Banco do Brasil e a Caixa já cortaram os juros duas vezes neste mês e prometem mais em fevereiro.

De acordo com cálculos do Procon de São Paulo, hoje os bancos públicos cobram uma taxa média de 4,77% ao mês para empréstimos pessoais e de 8,09% para quem usar o cheque especial.

No setor privado, a tarifa média dos sete maiores bancos chega a 6,39% ao mês para empréstimos pessoais e a 9,74% para o cheque especial.

“Eu incito o consumidor brasileiro que olhe com atenção as taxas e escolha as taxas mais baixas. Faça a concorrência funcionar e examine qual é o banco que está dando financiamento mais baixo, porque as diferenças vão aumentar e vá para o banco que está oferecendo taxas mais baixas”, orienta.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

Enersys
Savoy
Retrak
postal