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Conteúdo 9 de setembro de 2008

Sem vagas para estacionar, clientes somem da Augusta

As mudanças nas regras de estacionamento e extinção de vagas de Zona Azul na região dos Jardins, na zona sul, podem reduzir em até 70% as vendas aos sábados no comércio da rua Augusta, em ambos os lados. Justamente aos sábados, o dia da semana com o maior movimento do comércio local e o único em que os clientes podiam estacionar sem o receio das multas aplicadas pelos marronzinhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Diante da queda, os comerciantes já falam na extinção de 20 mil empregos diretos e indiretos nos mais de 500 estabelecimentos da Augusta.

O início de queda nas vendas e, como conseqüência, a ameaça de desemprego para os funcionários das lojas do corredor comercial começou em 4 de agosto deste ano. Foi o dia em que a CET iniciou as mudanças dos estacionamentos e extinção de vagas de Zona Azul, com o objetivo de melhorar o trânsito na região da avenida Paulista.

No caso específico da rua Augusta, a CET proibiu o estacionamento em qualquer dia da semana em quase toda a extensão da via. A exceção é o lado par da rua, entre a rua Estados Unidos e alameda Santos, com a proibição, de segunda a sábado, das 7h às 22h. Antes, eram permitidos os estacionamento aos sábados.

Passeata – Sem essas vagas, os consumidores sumiram, segundo os lojistas. De acordo com o diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Antonio Rabino Cabral, a queda foi de 70% e há possibilidade de extinção de 20 mil empregos. "São empregos diretos e indiretos. Os diretos são 8 mil", afirmou Cabral.

Com esses dois argumentos, cerca de 100 comerciários realizaram uma passeata na Augusta, no último sábado. Para os comerciantes, o fim das vagas e a diminuição de oferta na Zona Azul (das 1.902 vagas existentes, 636 serão desativadas e outras 123 criadas) aumentou a procura pelos estacionamentos.

"O cliente não pode parar em frente à loja e tem que procurar os caros estacionamentos da região. Isso afastou os fregueses e, por isso, as vendas caíram 30% aos sábados", disse o dono da loja de bolsas Golden Bell, Tae Do Yeo, de 48 anos.

A dona de uma loja de calçados da galeria Ouro Fino, Isabel Gonçalves de Carvalho, a Bel Zowie, de 52 anos, disse que a queda nos negócios foi de 60%. E assim como Do Yeo, ela culpa a ausência de vagas nas ruas e os altos preços cobrados pelos estacionamentos. "R$ 10 pela primeira hora e olha que no sábado o valor é ainda maior. Sem as vagas nas ruas, os donos de estacionamentos estão cobrando preços ainda maiores", afirma Zowie.

O supervisor da rede de estacionamentos Multipark, Eduardo de Castro, de 34 anos, afirmou que não houve aumento da procura nos finais de semana. "Desde novembro do ano passado cobramos os mesmos R$ 10 nos dias úteis e domingos, e R$ 12 aos sábados. O que aumentou foi a procura de vagas para mensalistas, sendo que muitos dos interessados são os próprios comerciantes e os funcionários das lojas", disse Castro.

Para o diretor do sindicato dos comerciários, o valor do estacionamento poderá prejudicar até os estacionamentos. "Eles precisam entender que os clientes procuram o tradicional comércio da rua Augusta. Com o alto preço, os clientes deverão migrar para os shoppings centers, cujos estacionamentos cobram R$ 4 ou R$ 5. De qualquer maneira, a Prefeitura deveria rever a proibição na Augusta", afirmou Cabral.

Multa

Enquanto o debate sobre a proibição se desenrola, clientes assíduos da Augusta já contabilizam prejuízos com a multa por desrespeito às novas regras de estacionamento. Foi o caso, ontem, da nutricionista Maria Cecília Veiga de Oliveira Vasconcellos, de 45 anos. "Desci para tomar um café e, em quinze minutos, tomei a multa. Não era assim", disse Maria Cecília, que estacionou o veículo em frente ao número 118, na esquina da Augusta com a alameda Tietê.

 

Fonte: Ivan Ventura – Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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