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Conteúdo 20 de janeiro de 2009

Sonho para 2009 é repetir quase todo o ano de 2008

Apesar das limitações e falta de investimentos, o modal hidroviário tinha tudo para comemorar 2008 como o melhor ano de sua história. Recordes foram batidos mês a mês, novas cargas passaram a ser transportadas e a cadeia produtiva descobriu de vez as vantagens de movimentar cargas por rios. Porém, veio a crise mundial, o pessimismo global e, com isso tudo, o otimismo deu lugar à preocupação. E para 2009, o sonho é que o ano seja tão bom quanto os dez primeiros meses de 2008.

Carlos Schad, hoje presidente da Agência de Desenvolvimento Tietê Paraná (ADTP), entende que a crise global, se encarada da maneira que entende ser a mais correta, pode ser a mola propulsora para o modal hidroviário no País. O especialista fundamenta sua tese na solidez da economia nacional. Mesmo em meio a um turbilhão de especulações, a inflação não dá sinais de volta nos níveis alarmantes dos anos 90 e isso deve se tornar um fator decisivo para o empresariado.

“O Brasil se tornou rodoviário nas décadas anteriores por causa da instabilidade de sua economia. Quem tinha o dinheiro em mãos para investir jamais colocaria sua carga em um modal que levava mais tempo para entregar o produto. Como, na época, a inflação subia muito a cada dia, o jeito mais fácil de fugir de taxas extras era enfiar tudo em caminhões e despachá-los por estradas. Só que há 15 anos esse fantasma não existe mais. Basta acreditar”.
 
Por isso, o presidente da ADTP vê com bons olhos a iniciativa da Codesp, estatal que administra o Porto de Santos, em discutir a utilização da bacia hidrográfica que circunda o maior porto da América Latina. Para Carlos Schad, esta pode ser uma mostra aos demais complexos brasileiros que a combinação entre caminhão e uma cidade portuária muitas vezes não é benéfica, atrapalha a rotina e fecha portas para um modal ávido em mostrar eficiência ao mercado.

“Em São Paulo, ainda temos uma vantagem sobre os outros estados, que é uma mesma pessoa [Frederico Bussinger] ser presidente de um porto [São Sebastião], fazer parte do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de outro [Santos] e chefiar o Departamento Hidroviário do Estado, responsável pela administração da Hidrovia Tietê Paraná, a mais importante do País. Por isso, confio em projetos como o da Codesp, que trazem o que chamo de justo equilíbrio para as operações”.

Todavia, nunca é possível debruçar-se sobre projetos sem se preocupar com o presente e apagar focos de incêndios. O problema da vez é que a DNP Indústria e Navegação, armadora responsável por cerca de 70% de tudo que a Hidrovia Tietê Paraná movimenta, não pode operar por tempo indeterminado no local, punição confirmada pela Marinha do Brasil. A divergência é sobre o modo como as cargas são transportadas, mas quem arca com o prejuízo é a cadeia produtiva.

“Essa polêmica está prejudicando a exportação de commodities do Centro-Oeste do Brasil rumo ao Porto de Santos. É claro que as regras precisam ser respeitadas, mas a Hidrovia Tietê Paraná não pode ficar tanto tempo parada como está agora. Desde o começo de dezembro as cargas não podem sair e, com isso, quem fez questão de apostar no modal hidroviário se arrepende e busca o tradicional modal rodoviário. Isso não pode ocorrer, mas acredito em uma solução breve”, diz Carlos Schad.

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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