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Conteúdo 3 de julho de 2008

A expansão do mercado de aviação nacional

O mercado de aviação nacional encontra-se em pleno fervor. Apesar dos constantes aumentos das cotações do barril de petróleo no mercado internacional, acarretando em correções de preços do querosene de aviação e consequentemente das tarifas aéreas, é possível entender que a demanda por vôos domésticos e rotas internacionais está aquecida.

Enquanto isto, empresas aéreas americanas e européias realizam fusões, aquisições, programas de demissões e cancelamento de vôos. Logo, qual o segredo do Brasil para o mercado de aviação? A resposta está no comportamento do mercado.

Todos os indicadores econômicos são favoráveis. O PIB (Produto Interno Bruto) vem crescendo a taxas satisfatórias nos últimos trimestres, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). O volume de importações e exportações é satisfatório. Registra-se um aumento no número de empregos formais e o Banco Central do Brasil está atendo a inflação, para que o ambiente de negócios seja favorável.

Ao mesmo tempo, o número de IPOs (Oferta Pública Inicial de Ações) na bolsa de valores é recorde, com a entrada de novas empresas e investidores no mercado nacional. Por todos estes indicadores, o Brasil torna-se favorável para negócios, viagens turísticas e para a aviação como um todo, sem contar com o mercado consumidor focado atualmente na classe C.

Onde existe a movimentação de pessoas, a presença de cargas é registrada. Logo, por que não incentivar o mercado de aviação nacional como requisito estratégico? Seria interessante pensar em subsídios para o setor para evitar problemas, como os registrados no exterior?

O fato é que grandes empresas internacionais observam o Brasil atentamente, devido às expectativas de crescimento do mercado nacional. A partir de setembro deste ano, a American Airlines iniciará novas rotas diárias para os Estados Unidos, partindo de cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. A portuguesa TAP, que atualmente opera com rotas para Lisboa, sinaliza a opção por vôos diários, devido ao sucesso das suas atividades na capital mineira e Federal.

Outras empresas, como a Copa Airlines e Japan Airlines estrearão os seus vôos para o Equador, Estados Unidos e Japão respectivamente, a partir de 2009, sendo que a primeira, com aviões da Embraer (modelo EMB 190).

Avaliando as empresas nacionais, a TAM atualmente detém de 77% dos vôos partindo do Brasil para o exterior. A sua frota engloba aviões dos modelos 777, 767 e MD-11, com uma taxa de ocupação elevada e lucro registrado.

No mercado doméstico, a Varig (hoje controlada pelo grupo Áurea, da Gol Linhas Aéreas), vem iniciando o plano de renovação de sua frota, com a chegada do novos modelos Boeing 737 Next Generation. Os antigos modelos da empresa estão sendo repassados para a Webjet, que opera no mercado de vôos fretados e que vem registrando um crescimento satisfatório.

A entrada de novas empresas no mercado de aviação regional também em 2009, como a Azul Linhas Aéreas do empresário David Neelman (sócio e conselheiro da americana Jetblue) e a Virgin Airlines, em associação ao investidor Eike Batista, assinalam para um futuro promissor.

Para atender a este crescimento, algumas obras em terminais aeroportuários estão em fase de aprovação. Registra-se a ampliação dos terminais de passageiros em Guarulhos e Galeão, com a projeção de uma nova pista em Viracopos e Confins. Porém, há a necessidade de realizar um planejamento estratégico de longo prazo para o setor de aviação, respeitando as normas vigentes e que atendam o crescimento da demanda. A execução de obras não deve ficar restrita aos períodos de demanda aquecida. Caso contrário, a entrada de novas empresas e investidores sofrerá pelos gargalos da infra-estrutura nacional.

Hugo Ferreira Braga Tadeu
é professor e Coordenador do Grupo de Estudos em Operações da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro. E-mail:
hugofbraga@gmail.com

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