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Conteúdo 18 de julho de 2011

TI e Sustentabilidade no Varejo

Devido a seu tamanho, abrangência, alcance e complexidade as empresas ligadas ao varejo e logística estão em posição privilegiada para contribuir de maneira significativa na busca por um mundo mais sadio e – ao contrário do que normalmente se acredita – mais lucrativo. É claro que práticas de sustentabilidade possuem um objetivo muito nobre, mas é ingenuidade esperar que empresas não-filantrópicas abram mão de recursos sem expectativa de retorno financeiro. Fazê-lo seria um desserviço a seus acionistas, colaboradores e clientes.

Ações simples como a correta exploração da luz natural para iluminar centros de distribuição e lojas e a utilização de cisternas para coletar água da chuva podem ser praticadas por qualquer empresa, com resultados muito positivos. Ações mais complexas, por outro lado, não são tão fáceis de implementar, porém são as que possuem o maior potencial para produzir benefícios expressivos ao meio ambiente e reduzir custos em maior escala.

A otimização do uso de embalagens (pallets, gaiolas e outras), o emprego do trade-in e logística reversa, a prática do back haul e a criação de mecanismos inter-empresas de compartilhamento de ativos, espaços de armazenamento e transporte são exemplos de atividades complexas que trazem benefícios consideráveis em termos de sustentabilidade e economia. No que diz respeito ao meio-ambiente, desincentivam o desmatamento, garantem o correto descarte de produtos potencialmente danosos e promovem a redução da emissão de gases de efeito estufa. Do ponto de vista econômico, reduzem níveis de estoque de embalagens, gastos em aquisição e manutenção de veículos, combustível e remuneração de motoristas. Também geram retornos positivos ao diminuir o lead time (tempo de entrega de produtos) e transmitir ao público uma imagem de empresa comprometida e dedicada à sustentabilidade.

Estas ações mais complexas, porém, requerem investimento e elevado nível de planejamento e controle das empresas. E é justamente aí que a tecnologia da informação torna-se fundamental. A TI contribui fornecendo as ferramentas que facilitam o planejamento, auxiliam na execução e possibilitam o controle do que foi ou deixou de ser realizado.

Na fase de planejamento é muito importante garantir a integração dos diferentes sistemas de uma empresa e sua conexão com os sistemas de outras empresas. Desta forma obtêm-se uma visão geral dos ativos disponíveis, rotas planejadas, escalas de trabalho e níveis de estoque, possibilitando explorar ao máximo as sinergias entre as empresas e minimizar desperdícios.

Na execução, a TI, principalmente através de ferramentas de mobilidade, permite que todas atividades sejam registradas no momento em que são executadas. Por exemplo, a localização de cada embalagem e produto pode ser rastreada no ato da entrega e da coleta. Alterações nas rotas dos caminhões podem ser comunicadas imediatamente e de forma automática, atualizando mapas disponibilizados aos motoristas e a lista de atividades que devem executar.

Por fim, na etapa de controle é possível analisar se a execução atendeu ao que foi planejado e quão eficaz se mostrou este planejamento. De acordo com os resultados, muda-se o plano e ajusta-se o controle sobre a execução, de forma a refinar cada vez mais a eficiência do processo.

De maneira geral, sustentabilidade ainda é um assunto novo no Brasil e apenas agora as empresas estão percebendo as vantagens de aderir a este movimento. Não se trata apenas de tentar preservar o planeta para gerações futuras, mas também reduzir custos presentes. Quanto mais cedo as empresas se derem conta disto, mais rápida será a adoção das práticas sustentáveis e sua popularização no país. Já existem iniciativas de grandes varejistas que estão liderando este movimento e que acabarão por puxar toda a cadeia. Por fim, o cidadão, como consumidor, também tem um papel a desempenhar, selecionando produtos e varejistas comprometidos com a causa.

Carlos Felipe Zirbes – Cientista da Computação e Executivo de Vendas da Tlantic.

 

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